ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/S. Balashev and P. Noterdaeme et al.

O nome Star Wars parece ter sido levado demasiado a sério. Luta entre galáxias foi devastadora — e nunca ninguém viu nada assim.
“Vemos aqui, pela primeira vez, o efeito da radiação de um quasar diretamente na estrutura interna do gás de uma galáxia que, de outro modo, seria regular”, diz o astrónomo Sergei Balashev, do Instituto Ioffe, na Rússia, que co-liderou o estudo publicado na Nature este mês.
Refere-se ao momento inédito em que uma galáxia atingiu outra com um poderoso feixe de radiação disparado do seu buraco negro central, revela a Science Alert.
Os astrónomos chamaram-lhe “luta cósmica“, e a galáxia “ferida” ficou mesmo com danos significativos. A formação de estrelas foi suprimida à medida que o feixe de radiação limpa as nuvens de onde nascem as estrelas bebé.
Os cientistas acreditam que esta atividade desempenha um papel importante no crescimento e evolução das galáxias e no crescimento dos buracos negros supermassivos nos seus núcleos.
O mais importante é que uma das galáxias é um quasar, ou seja, o buraco negro supermassivo no centro da galáxia alimenta-se a uma velocidade tremenda de uma nuvem gigante de material que gira à sua volta.
No caso da batalha cósmica, quando o quasar passa pela outra galáxia a velocidades de cerca de 500 quilómetros por segundo, os seus jatos atingem o seu adversário. Isso perturba as nuvens de poeira e gás que formam estrelas.
Apesar de tudo, e embora ambas as galáxias estejam passando por algumas tribulações, sua interação contínua oferece esperança para uma nova. O telescópio ESO, garantem os autores, “certamente irá permitir-nos avançar num estudo mais aprofundado deste e de outros sistemas, para compreender melhor a evolução dos quasares e o seu efeito nas galáxias hospedeiras e nas galáxias vizinhas”.