A agência espacial norte-americana NASA vai lançar em Setembro a sonda OSIRIS-REx para recolher amostras do Bennu, um asteróide que pode um dia colidir com a Terra.
Segundo explicou Dante Lauretta, professor de ciências planetárias na Universidade do Arizona, ao jornal britânico The Times, o asteróide Bennu vai passar entre a Terra e a Lua em 2135.
De acordo com o cientista, em termos astronómicos esta distância é já “um fio de cabelo”.
Mas o que causa preocupação na comunidade científica é que esta passagem do asteróide da morte pela Terra “vai alterar a sua órbita” e poderá fazer com que o corpo celeste “se coloque, mais tarde neste século, em rota de colisão” com o nosso planeta.
O Bennu, com cerca de 500 metros de diâmetro, viaja no Sistema Solar a uma velocidade de 101.389 quilómetros por hora, podendo ser visto de seis em seis anos, quando cruza a orbita da Terra.
Descoberto em setembro de 1999, o Bennu está listado na Tabela de Risco Sentry, que identifica corpos celestes com um grande potencial de atingir a Terra.
Segundo os astrónomos, cada nova passagem do Bennu aproxima-o mais da Terra, colocando-o no topo da lista dos corpos que podem um dia – esperemos que longínquo – vaporizar o nosso planeta.
Mas a equipa da missão OSIRIS-REx irá, segundo a NASA, procurar também “alguma coisa especial” no asteróide da morte.
Os dois instrumentos científicos da OSIRIS-REx – o espectrómetro de visível e infravermelho OVIRS e o espectrómetro de emissão térmica OTES – irão permitir aos cientistas criar um mapa da abundância relativa dos diferentes materiais que constituem o Bennu.
“Vamos tentar identificar as regiões do Bennu mais ricas em moléculas orgânicas, e recolher amostras com maior valor científico, que nos permitam estudar a composição geral do asteróide”, explica Dante Lauretta.
A equipa da OSIRIS-REx irá também usar os dados recolhidos para estudar o Efeito de Yarkovsky, uma força que age sobre um corpo em rotação no espaço, influenciando normalmente as órbitas de meteoros e asteróides.
O Efeito de Yarkovsky resulta de que a mudança de temperatura de um objecto aquecido por radiação demora algum tempo a ocorrer, provocando uma diferença entre a direcção da radiação recebida e a direcção da radiação térmica retransmitida.
Este efeito determina se um dado corpo celeste espirala gradualmente para longe da estrela que orbita, ou pelo contrário, a sua rotação retrógrada espirala em direção à estrela.
E quem sabe, um dia, o conhecimento deste efeito poderá ser-nos muito útil se precisarmos de fazer espiralar um qualquer asteróide para longe do nosso planeta.
AJB, ZAP
Chamem lá o CR7 e com um bom pontapé é atirá-lo para bem longe daqui.