Este ano, a TAP já batizou os seus novos aviões com o nome de Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés; Carlos Paredes, Agostinho da Silva, e mais recentemente D. Maria I ou Amélia Rey Colaço. Agora, é a vez de homenagear Agustina Bessa-Luís.
O nome da escritora foi pintado esta segunda-feira num novo Airbus A320neo, que já entrou ao serviço: o primeiro voo foi esta terça-feira de manhã de Lisboa para Madrid. A cerimónia, que decorreu no hangar 6 da TAP, contou com a presença da filha da escritora, Mónica Baldaque.
Uma “homenagem à que é considerada uma das maiores escritoras do mundo literário português contemporâneo” e que “deixou um vasto legado no património literário e cultural”, sublinha a TAP em comunicado.
Agustina Bessa-Luís nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922. Agustina casou-se em 25 de julho de 1945, na cidade do Porto, com o estudante de Direito Alberto Luís, que conheceu através de um anúncio no jornal O Primeiro de Janeiro, publicado pela escritora, no qual procurava uma pessoa culta com quem se corresponder. Do seu casamento teve uma única filha, Mónica Bessa-Luís Baldaque, museóloga, pintora e autora de vários livros.
Estreou-se como romancista em 1948, com a novela Mundo Fechado, e logo em 1954 publicou A Sibila, que a impôs como uma das vozes mais importantes da ficção portuguesa. A sua longa e profícua carreira foi distinguida, em 2004, com o Prémio Camões.
Desde julho de 2006, pouco depois de terminar a sua última obra, A Ronda da Noite, que Agustina Bessa-Luís deixou de escrever e se retirou da vida pública, devido a razões de saúde. Agustina tinha 81 anos e mais de 50 livros publicados, um número impressionante dentro do panorama literário português.
Agustina morreu a 3 de junho aos 96 anos. A escritora encontrava-se em sua casa, no Porto, e terá sido vítima de doença prolongada.
A escritora junta-se assim à galeria de personalidades da cultura portuguesa já homenageadas pela companhia aérea com batismos de aviões: de Camões e Gil Vicente a Fernando Pessoa ou José Saramago, de Sophia de Mello Breyner Andresen a Almada Negreiros, de Zé Pedro dos Xutos a Carlos Paredes, ou mais recentemente passando por Manoel de Oliveira, com quem Agustina manteve uma longa colaboração criativa.