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Trump já decidiu. Wall Street vai expulsar três grandes empresas de telecomunicações chinesas

A guerra entre Washington e Pequim está a intensificar-se em Wall Street.
A Bolsa de Valores de Nova Iorque vai encerrar as negociações de ações de três das maiores empresas estatais de telecomunicações da China este mês.

O relatório afirma que a medida é necessária para cumprir uma ordem que o presidente Donald Trump assinou no ano passado que proíbe os americanos de investirem em empresas que o governo dos EUA suspeita pertencerem ou serem controladas pelos militares chineses.

Segundo a CNN, a China Mobile (CHL), a China Telecom (CHA) e a China Unicom (CHU) serão todas suspensas até 11 de janeiro, altura em que o pedido entra em vigor.

Por sua vez, o Ministério do Comércio da China disse num comunicado que Pequim deverá tomar as “medidas necessárias” para salvaguardar os interesses das empresas chinesas.

As três empresas de telecomunicações negoceiam em Nova Iorque há muitos anos. A China Mobile, a maior empresa de telecomunicações do país, está listada na Bolsa de Valores de Nova Iorque desde 1997, sendo que as rivais China Telecom e China Unicom negoceiam desde o início dos anos 2000.

As empresas disseram que ainda não sabem quando serão retiradas da bolsa, mas acrescentaram que estão a considerar aplicar medidas para proteger os seus direitos.

Embora as empresas de comunicação tenham ações em Nova Iorque, os seus principais negócios concentram-se na China. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China – o principal regulador de valores mobiliários do país – disse no domingo que o impacto direto desta decisão seria “bastante limitado no crescimento das empresas e no desempenho geral do mercado”.

“Apoiamos as três empresas para salvaguardar os seus direitos legítimos de acordo com a lei, e acreditamos que são capazes de lidar adequadamente com qualquer impacto negativo causado pela ordem executiva e possível encerramento de capital”, disse o regulador num comunicado.

O Pentágono identificou até agora 35 empresas que afirma ter ligações com militares chineses, incluindo a fabricante de chips Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC) e a empresa de tecnologia Huawei. A primeira é comercializada em Hong Kong e Xangai, enquanto a Huawei é uma empresa privada.

A SMIC negou ter relações com os militares chineses e a Huawei também negou várias vezes as alegações dos EUA de que representa um risco para a segurança nacional. O próprio Ministério da Defesa da China disse no ano passado que a empresa de tecnologia não tem “histórico militar”.

A nova ordem de Trump proíbe os investidores americanos de possuir ou negociar quaisquer valores mobiliários que se originem ou estejam expostos a essas empresas. Os investidores terão até novembro de 2021 para desinvestir nas empresas.

A administração de Trump está a aumentar a pressão sobre as empresas chinesas semanas antes de o presidente eleito Joe Biden assumir o cargo na Casa Branca.

Ana Moura, ZAP //

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