O vulcão da ilha do Fogo continua com “explosões violentíssimas”, apesar de a lava já estar “mais branda”, afirmou esta terça-feira a geóloga cabo-verdiana Sónia Silva Vitória.
“Ao final da tarde, o vulcão apresentava seis a sete bocas eructáveis com saída de lava e nuvens de gases. As explosões são violentíssimas mas a lava está a avançar mais lentamente”, sintetizou a geóloga cabo-verdiana ligada à Universidade de Cabo Verde que está no terreno a avaliar a situação.
Sónia Vitória adiantou que estão a decorrer dois tipos de explosões: as de gases e as piroclásticas (uma mistura de areias, cinzas e escórias), sendo que a coluna de fogo “chega a atingir uns 100 metros de altura”.
A geóloga cabo-verdiana esclareceu que, ao final da tarde, “a lava avançava mais lentamente” e “as duas frentes estavam praticamente estáveis”, mas ressalvou a imprevisibilidade da situação.
“Uma, a do centro, em Cova Tina e Losna, já se encontrava praticamente parada e não deve avançar mais. A outra, em Monte Branco e Monte Saia, onde a população se concentra, tem um avanço muito ao centro, mas está estável”, explicou.
A geóloga adiantou que “o ponto mais violento” do dia terá ocorrido entre as 16h e as 18h locais (entre as 17h e 19h em Lisboa), quando ocorreram “explosões violentíssimas que obrigaram as pessoas a fugir por causa da chuva de areia vulcânica trazida também pelo vento”.
Para esta noite e primeiras horas da manhã, Sónia Vitória sublinhou não ser possível fazer quaisquer previsões, “porque a atividade vulcânica é muito imprevisível”.
Na tarde desta segunda-feira, o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) de Cabo Verde, Arlindo Lima, disse à Lusa que, numa escala de 1 a 5, o vulcão se encontra no 4, o segundo mais grave, e apelou à população para não se dirigir ao local das crateras, “principalmente movida pela curiosidade”.
Em Chã das Caldeiras, localidade no sopé do “Grande Vulcão” (com um cone que sobe até aos 2.829 metros de altura), continua um contingente de militares, agentes da polícia nacional, membros da Cruz Vermelha e voluntários a prestarem auxílio aos residentes que ainda resistem, segundo um elemento da proteção civil.
Pedro Bettencourt esclareceu ainda que a “vigilância” serve também para evitar assaltos a casas ou atos de vandalismo, tal como aconteceu na erupção de 1995.
No terreno, ao longo do dia, estão todos os elementos da polícia nacional da ilha do Fogo, 80 agentes, outros tantos elementos da Cruz Vermelha vindos de várias ilhas e ainda 33 militares, alguns vindos da Cidade da Praia.
/Lusa
Eu peço desculpa
Não quero ferir a sensibilidde de ninguem, mas se Deus é o criador de todas as coisas, foi Ele que ativou o vulcão e certamente teria grandes razões para o fazer, e partindo do principio que Ele faz tudo bem feito, não vejo muito sentido em estar a orar-Lhe para que não faça o que esta a fazer