“Apanhámos o Putin!”: a vida de um ucraniano que tem o azar de ter o nome errado

Há sempre uns sorrisinhos nas autoridades ucranianas, quando este Putin apresenta um documento com o seu nome. Já sobreviveu a uma tentativa de homicídio.

Nas margens do rio Buh, na Ucrânia, encontramos Khmelnytsky, uma cidade da Ucrânia que passa despercebida nos outros países. Ou passava.

Tem quase 300 mil habitantes e fica a Oeste do país, longe das zonas de conflito com as forças russas.

Mas é a cidade onde vive o protagonista deste artigo.

E que tal chamar-se Vladimir Putin e não ser presidente da Rússia?

E que tal chamar-se Vladimir Putin e ser ucraniano?

O dia-a-dia deste empresário que vive em Khmelnytsky não será igual ao dos seus conterrâneos. Pelo menos em alguns momentos.

Vladimir Putin. Sim, é esse o nome do empresário de 51 anos. Tem três cursos superiores, ganha a sua vida com o empreendedorismo privado. Não, não é presidente da Rússia.

É um dos raros ucranianos que tem o nome e sobrenome do presidente da Rússia.

“Na cidade, em certos círculos, sou conhecido. Nas instituições estatais, quando apresento o meu passaporte, vejo sempre um sorriso no rosto dos guardas“, contou este Vladimir Putin no portal TSN.

Alguns polícias ucranianos brincam com ele, quando lhe dizem directamente: “Olhem, apanhámos o Putin! Vejam quem apanhámos!”.

Mas nem tudo são sorrisos. Há uns anos escapou a uma tentativa de homicídio.
Por motivos políticos.

Putin conta que, naquela altura, estava envolvido em processos judiciais com a Câmara Municipal: “Talvez me quisessem intimidar. E houve a impressão de que um polícia esteve envolvido”.

“O caso foi encerrado várias vezes, depois reaberto. Agora está a ser analisado pelo promotor. Estou à espera. Há uma situação de conflito de longa data com o homem que disparou”.

Sobre o outro Vladimir Putin, mais famoso do que ele, o portal pediu-lhe para descrever o presidente com apenas uma palavra. “Uma palavra não será suficiente…”. E ficou-se por aí.

O ucraniano Vladimir Putin acha que a guerra ainda vai durar uns anos porque a Ucrânia está a receber poucas armas.