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Medina perde maioria. Vitória absoluta para Moreira

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José Sena Goulão / Lusa

Fernando Medina celebra os resultados das eleições autárquicas de 1 de outubro, ao ser eleito Presidente da Câmara de Lisboa

308 concelhos foram hoje a eleições. Os dados oficiais revelam uma vitória de Fernando Medina em Lisboa e de Rui Moreira no Porto.

Em Lisboa, Fernando Medina terá ficado perto da maioria absoluta, mas não a conquistou. O Presidente da Câmara de Lisboa terá conseguido, de acordo com os resultados oficiais divulgadas pelo Ministério da Administração Interna, 42,02% dos votos, pelo que o PS perdeu a maioria absoluta na capital, ficando com menos três vereadores do que em 2013, tendo eleito oito vereadores.

Atrás do socialista fica Assunção Cristas, líder partidária do CDS-PP, que conseguiu um “resultado histórico“, como a própria reforçou ao saber do resultado, conquistando quatro vereadores, com 20,57% dos votos, traduzindo-se este valor em três mandatos a mais do que em 2013.

O PSD, que é apontado como o grande derrotado da noite, perdeu um vereador, com Teresa Leal Coelho a ficar-se pelos 11,23%, ou seja, conseguiu dois vereadores. Também com dois vereadores fica a CDU, que mantém os resultados das últimas eleições, com 9,56% dos votos.

O Bloco de Esquerda não ficou nulo, elegendo um vereador, com 7,13% dos votos.

Na segunda maior autarquia do país, o grande vencedor da noite é o independente Rui Moreira, pelo Porto, que conseguiu a reeleição com maioria absoluta, ao contrário do que apontavam as sondagens pré-eleitorais.

Rui Moreira alcança assim sete mandatos com 44,46% dos votos, revelam os resultados oficiais divulgados pelo Ministério da Administração Interna, mais um do que em 2013, quando elegeu seis vereadores, altura em que fez uma coligação pós-eleitoral com o PS.

Foi, aliás, pelo PS que começou no seu discurso. Depois de ter deixado um abraço a Manuel Pizarro, que acabaria em segundo lugar com 28,55% dos votos e quatro vereadores eleitos, Rui Moreira não poupou aquele que “numa primeira fase tentou condicionar” a sua candidatura, enumerou Moreira.

O segundo “ataque” a Pizarro foi mais amplo, ao apontar baterias para “a inusitada participação de membros do Governo na campanha”, crítica que terá tido por alvos não nomeados o ministro da Defesa Azeredo Lopes, seu-ex chefe de gabinete até ir para o Governo, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, mandatário da candidatura socialista, e António Costa, que esteve presente no jantar-comício de Pizarro.

Para finalizar, Rui Moreira não podia “deixar de dizer que os grandes derrotados desta noite têm um rosto: António Tavares (presidente da Santa Casa da Misericórdia do Porto e mandatário da candidatura do PSD), Rui Rio e Paulo Rangel. Não o digo por não nos terem apoiado, mas por terem utilizado a cidade para lutas de índole nacional. E deixem-me dizer que as autárquicas no Porto não são as secretas do PSD”.

Ainda no Porto, o PSD de Álvaro Almeida, que tinha eleito três vereadores em 2013 com 21,06% dos votos, perde mais de metade deles (elege apenas um), conquistando 10,39% dos votos. A CDU mantém o vereador que tinha conquistado em 2013, tendo, nestas eleições, 5,89% dos votos.

Dos 27 “dinossauros”, quase só Isaltino sobreviveu

Dos 27 dinossauros que queriam a sua (ou outra qualquer) Câmara de volta, praticamente só Isaltino sobreviveu.

Em Oeiras, o ex-presidente da Câmara, Isaltino Morais, venceu as eleições autárquicas no concelho, derrotando o seu antigo número 2, Paulo Vistas, que lidera atualmente o executivo.

Segundo a projeção da TVI, Isaltino Morais, que cumpriu uma pena de prisão por fraude fiscal e branqueamento de capitais, obteve 41,65% dos votos.

O movimento, também independente, de Paulo Vistas o ainda presidente da autarquia de Oeiras, ficou em segundo lugar com 14,15% dos votos e elegendo 2 vereadores. Na mesma autarquia, PS, a coligação PSD-CDS-PPM e CDU conseguiram eleger um vereador.

Em Matosinhos, Narciso Miranda, que foi condenado a uma pena de prisão de dois anos e dez meses de prisão pelos crimes de abuso de confiança e falsificação de documentos, não venceu as eleições. O movimento do independente elegeu dois vereadores, com 16,19% dos votos, tendo perdido para a candidata socialista Luísa Salgueiro, que elegeu cinco mandatos com 36,36%.

Em Gondomar, Valentim Loureiro foi condenado pelo Tribunal de Gondomar, no acórdão do Apito Dourado, a três anos e dois meses de cadeia, pena suspensa por igual período, por abuso de poder e prevaricação. Recandidatou-se, nestas eleições, como independente e elegendo dois vereadores, com 19,89% dos votos.

Nessa autarquia, quem ganhou foi Marco Martins, do PS, com seis vereadores e 45,52% dos mandatos.

Na lista de “dinossauros” que venceram, fica José Veiga Maltez, que foi presidente entre 1997 e 2013, e se candidatou pelo PS à Câmara da Golegã, Santarém. António Eusébio, que encabeçou a lista do PS à Câmara de Faro e já presidiu à autarquia vizinha de São Brás de Alportel durante 12 anos também venceu.

Abstenção menor que em 2013

A taxa de abstenção nas eleições para as autarquias locais realizadas este domingo situou-se nos 45%, indicam os dados oficiais revelados pelo Ministério da Administração Interna.

Nas autárquicas de 2013, a taxa de abstenção atingiu os 47,4%, a mais elevada desde as primeiras eleições locais, em 1976.

No domingo, a afluência às urnas até às 16:00 foi de 44,39%, um valor superior ao registado no anterior ato eleitoral autárquico (43,43%), à mesma hora.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. ainda bem que no porto nao ha geringonça…graças á educaçao politica dos votantes do porto.
    nao foram em cantigas demagogicas . era bom que no resto do pais houvesse essa educaçao das populaçoes e candidatos fora do sistema.
    ainda me lembro das sondagens de catolicas e afins… para quando uma lei que proiba sondagens durante a camapnha eleitoral????

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