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Vítimas de abusos sexuais processam Vaticano para obter nomes dos agressores

Vítimas de abusos sexuais recorreram à justiça no Minnesota, EUA, para exigir que o Vaticano abra os arquivos e divulgue os nomes secretos e casos envolvendo padres católicos e os seus superiores hierárquicos.

Três dos cinco autores da queixa entregue junto do tribunal federal do Minnesota são os irmãos Hoffman, ligados a um dos principais casos de abuso sexual vindos a público naquele estado do centro oeste dos EUA nos últimos anos, segundo o jornal Star Tribune.

O processo contra o Vaticano alega negligência por parte dos supervisores do antigo padre da Igreja do Santíssimo Sacramento Curtis Wehmeyer, autorizado a liderar uma igreja em St Paul apesar do seu conhecido passado de assédio sexual sobre rapazes que, no caso daqueles irmãos, se prolongou de 2006 até à sua detenção em 2012..

“Tenho demasiadas sobrinhas e sobrinhos para permitir que isto aconteça a mais alguém”, afirmou Stephen Hoffman, numa conferência de imprensa onde estava acompanhado pelos irmãos Luke e Benedict.

Jeff Anderson, do escritório de advogados que já tinha processado o Vaticano e é o autor da nova queixa, adiantou ter obtido “um conjunto de evidências que demonstram que todos os caminhos vão ter a Roma“. Daí o recurso a tribunal para que o Vaticano – onde vários altos responsáveis encobriram casos de assédio sexual durante anos – divulgue todas as informações que tem sobre esses casos, os párocos envolvidos e os respetivos superiores hierárquicos.

O caso em que o ex-padre Curtis Wehmeyer justificou acusações criminais contra a arquidiocese de St. Paul e Minneapolis por falhas na proteção das crianças – assim como à demissão do então arcebispo John Nienstedt.

O processo interposto exige que o Vaticano dê os nomes secretos e divulgue os arquivos sobre os milhares de casos de abusos sexuais praticados por padres e encobertos pelos superiores hierárquicos.

O Papa Francisco promulgou na última semana uma carta apostólica, “Vos estis lux mundi” (“Vós sois a luz do mundo”), com normas que obrigam todos os membros da Igreja Católica a denunciar casos atuais ou passados de abuso sexual.

ZAP //

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