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Investigadores da NASA descobriram que a vitamina B3 pode ter chegado à Terra através de um meteorito rico em carbono.
A vitamina B3, também conhecida como niacina, presente em alimentos tão simples como o arroz, atum, amendoins ou frango, é um nutriente essencial ao ser humano, e agora parece ser também uma viajante interestelar.
Um artigo, publicado no jornal Geochimica et Cosmochimica Acta, explica que os cientistas analisaram oito meteoritos ricos em carbono, e descobriram que as amostras estavam carregadas de vitamina B3, para além de outros compostos orgânicos.
«É sempre complicado atribuir um valor à ligação entre os meteoritos e a origem da vida; por exemplo, um estudo anterior corroborou que a vitamina B3 poderá não ter sido produzida biologicamente na Terra», explica, em comunicado, Karen Smith, autora da investigação.
Karen Smith
![Karen Smith, investigadora do Goddard's Astrobiology Analytical Laboratory, prepara meteoritos para análise, à procura de vestígios de vitamina B3](https://zap.aeiou.pt/wp-content/uploads/2014/04/3e9f1ff39ffeec425ab355956c6126fd.jpg)
Karen Smith, investigadora do Goddard’s Astrobiology Analytical Laboratory, prepara meteoritos para análise, à procura de vestígios de vitamina B3
Outra prova que apoia esta teoria, envolve as condições existentes na Terra ancestral – molhada e áspera.
O geoquímico Steven Benner defende que, muito provavelmente, a vida teve origem em Marte.
Isto porque, para além de outros motivos, naquela altura Marte não estava tão coberta por água como a Terra; e a água teria destruído uma série de ácidos essenciais à formação da vida.
Existem também indícios de que a água era prejudicial para os compostos orgânicos que Karen Smith e a sua equipa encontraram.
«Durante a investigação, descobrimos um padrão que demonstra que a vitamina B3 foi encontrada nos meteoritos que vieram de asteróides que mais alterações sofreram pela água líquida. Uma das possibilidades é que essas moléculas tenham sido destruídas durante o contacto prolongado com a água», argumenta Smith.
«Foram também realizadas experiências laboratoriais, simulando as condições do espaço interestelar, que revelaram que a síntese da vitamina B3 pode estar presente em grãos de gelo», acrescentou Karen Smith.
Investigadores acreditam que, durante as épocas de maior bombardeamento, cometas e asteróides podem ter trazido para a Terra, anualmente, cerca de 10 triliões de kilogramas de matéria orgânica.
É possível que as primeiras moléculas de vitamina B3 tenham chegado à Terra desta forma – o que torna incrível serem nos nossos dias tão comuns que, provavelmente, hoje já a terá consumido numa série de alimentos.
CG/ZAP