Investigadores da NASA descobriram que a vitamina B3 pode ter chegado à Terra através de um meteorito rico em carbono.
A vitamina B3, também conhecida como niacina, presente em alimentos tão simples como o arroz, atum, amendoins ou frango, é um nutriente essencial ao ser humano, e agora parece ser também uma viajante interestelar.
Um artigo, publicado no jornal Geochimica et Cosmochimica Acta, explica que os cientistas analisaram oito meteoritos ricos em carbono, e descobriram que as amostras estavam carregadas de vitamina B3, para além de outros compostos orgânicos.
«É sempre complicado atribuir um valor à ligação entre os meteoritos e a origem da vida; por exemplo, um estudo anterior corroborou que a vitamina B3 poderá não ter sido produzida biologicamente na Terra», explica, em comunicado, Karen Smith, autora da investigação.
Outra prova que apoia esta teoria, envolve as condições existentes na Terra ancestral – molhada e áspera.
O geoquímico Steven Benner defende que, muito provavelmente, a vida teve origem em Marte.
Isto porque, para além de outros motivos, naquela altura Marte não estava tão coberta por água como a Terra; e a água teria destruído uma série de ácidos essenciais à formação da vida.
Existem também indícios de que a água era prejudicial para os compostos orgânicos que Karen Smith e a sua equipa encontraram.
«Durante a investigação, descobrimos um padrão que demonstra que a vitamina B3 foi encontrada nos meteoritos que vieram de asteróides que mais alterações sofreram pela água líquida. Uma das possibilidades é que essas moléculas tenham sido destruídas durante o contacto prolongado com a água», argumenta Smith.
«Foram também realizadas experiências laboratoriais, simulando as condições do espaço interestelar, que revelaram que a síntese da vitamina B3 pode estar presente em grãos de gelo», acrescentou Karen Smith.
Investigadores acreditam que, durante as épocas de maior bombardeamento, cometas e asteróides podem ter trazido para a Terra, anualmente, cerca de 10 triliões de kilogramas de matéria orgânica.
É possível que as primeiras moléculas de vitamina B3 tenham chegado à Terra desta forma – o que torna incrível serem nos nossos dias tão comuns que, provavelmente, hoje já a terá consumido numa série de alimentos.
CG/ZAP