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Visa investe milhões de dólares em startup que armazena criptomoedas

A empresa Visa investiu milhões de dólares na Anchorage, uma ‘startup’ que garante participações em criptomoedas para investidores institucionais. As duas empresas são membros fundadores do projeto de alto perfil de criptografia do Facebook, designado Libra.

A Visa coliderou a nova ronda de financiamento da Anchorage, no valor de 40 milhões de dólares (cerca de 35,5 milhões de euros), juntamente com a Blockchain Capital, uma empresa de capital de risco focada em criptomoeda, avançou a Fortune.

Este é o segundo investimento conhecido da Visa numa ‘startup’ de criptografia, tendo sido a primeira há quatro anos, na Chain, uma empresa de ‘blockchain’ corporativa adquirida em setembro pela Lightyear, por sua vez uma ‘startup’ afiliada à criptomoeda Stellar.

A Anchorage era pouco conhecida antes de 18 de junho, quando o seu logótipo apareceu ao lado de nomes como a Mastercard, a PayPal, a Uber, a Spotify e a Visa, numa apresentação sobre a Associação Libra. O Facebook instigou a criação da associação, uma instituição suíça sem fins lucrativos, composta por 28 organizações que planeia crescer para 100 no próximo ano, para apoiar o seu esforço por uma criptomoeda global.

Terry Angelos, que lidera os esforços da Visa na área da tecnologia financeira, disse num comunicado que a empresa está interessada em apoiar projetos como Anchorage, “que trabalham para fornecer infraestrutura segura no crescente ecossistema de ativos digitais”. A ‘startup’ “está a construir a fundação para apoiar uma série de novos serviços financeiros”, acrescentou.

O tamanho exato da contribuição da Visa, bem como a avaliação privada da Anchorage, não foram divulgados.

À Fortune, o co-fundador e presidente da Anchorage, Diogo Monica, disse que a equipa tem trabalhado com o Facebook nos fundamentos técnicos da criptomoeda do projeto Libra “desde o primeiro dia, visto que somente duas pessoas o estavam a fazer”. Essas duas pessoas eram David Marcus, um executivo que lidera o projeto, e Morgan Beller, que dirige a estratégia da Calibra, uma subsidiária do Facebook focada no Libra.

Diogo Monica e Nathan McCauley, o outro cofundador e CEO da Anchorage, são parceiros de negócios de longa data. Em março de 2011, a dupla começou a trabalhar na equipa de segurança da Square na mesma semana, onde construíram o seu primeiro leitor de cartão para pagamento criptografado. Mais tarde, em 2015, juntaram-se à Docker, antes de começar a construir Anchorage, o que aconteceu dois anos depois.

Segundo a Fortune, o produto da Anchorage oferece uma alternativa ao “armazenamento a frio”, uma medida de segurança normalmente utilizada pelos investidores normalmente para armazenar de forma segura as suas participações em criptomoeda.

O armazenamento a frio envolve geralmente o armazenamento das chaves privadas – cadeias de caracteres e números semelhantes a senhas que garantem a criptografia -, em locais ‘offline’ difíceis de alcançar, como dentro de cofres dos bancos.

Em contraste, a Anchorage usa um software baseado em biometria, em conjunto com um sistema de múltiplas aprovações e revisões humanas, para garantir a segurança das criptomoedas dos investidores.

A vantagem, explicou Diogo Monica, é que os investidores têm um maior acesso e controle, permitindo que participem livre e ativamente de redes de criptomoedas.

Bart Stephens, sócio-gerente da Blockchain Capital, que liderou o investimento da empresa na Anchorage, disse que nunca ficou tão impressionado com a tecnologia de uma ‘startup’. “Foi a demonstração de produto mais convincente que vi em sete anos, tendo revisado 4.500 empresas”, referiu à Fortune.

A Anchorage, com 35 funcionários, suporta até agora a Bitcoin, a Ethereum e mais de 50 outras moedas virtuais. Diogo Monica contou que planeia usar o novo financiamento para continuar a adiciona diferentes criptomoedas, bem como novos recursos – como troca de criptomoedas e ferramentas automatizadas de auditoria e preparação de impostos.

Até ao momento, a Anchorage conseguiu arrecadar, em duas rondas de financiamento, um total de 57 milhões de dólares (aproximadamente 51 milhões de euros).

TP, ZAP //

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