Um virologista francês anunciou que o laboratório que dirige desenvolveu um teste serológico que permite apurar se uma pessoa já contraiu o SARS-Cov2 e o nível de imunidade que adquiriu.
De acordo com o Expresso, caso se confirme a criação do teste, este poderá ser um instrumento importante para ajudar a retomar a normalidade da vida social e para proteger as pessoas que cuidam de doentes ou que estiveram próximas de infetados.
Em entrevista ao Libération, na segunda-feira, Pierre Charneau, diretor e diretor científico do laboratório Pasteur- TheraVectis – associação entre uma empresa privada e um instituto de investigação sobre doenças infeciosas – explicou que os testes serológicos disponíveis apenas indicam se a pessoa já teve o vírus, mas não o nível de imunidade.
O teste visa determinar até que ponto os anticorpos resultantes de uma infeção poderão impedir o vírus de entrar nas células. “Este teste, portanto, informa sobre a eficácia dos anticorpos”, referiu o especialista, acrescentando que, “como é muito sensível, permite graduar os resultados da resposta imunitária (bastante neutralizante, fraca ou não-neutralizante). Podemos desde logo identificar os indivíduos verdadeiramente protegidos”.
Os testes atuais que detetam a presença do vírus, embora “úteis para localizar os doentes, eventualmente isolá-los e reconstruir as cadeias de contaminação”, têm demasiadas lacunas, apontou o virologista.
O responsável acredita que será possível disponibilizar centenas de milhões desses testes rapidamente, garantindo que a fiabilidade está acima dos 98%.
Quanto à uma vacina, Charneau referiu que o seu laboratório também está a desenvolver uma, baseada em “anticorpos neutralizantes”, mas os testes demoram tempo e esta já não chegará a tempo da atual epidemia.
Uma segunda vacina que o seu laboratório está a criar não procura ativar os anticorpos mas sim as chamadas células citotóxicas, que têm a capacidade de destruir outras através de substâncias nocivas que libertam.
“Se tiver sucesso, esta vacina terá um espetro de proteção muito largo”, disse. “Protegerá do CoV2 atual, mas também de uma variante do CoV2 que ressurgirá de forma sazonal, como o vírus da gripe” e outros coronavírus, alguns ainda desconhecidos, notou.
Coronavírus / Covid-19
-
20 Outubro, 2024 Descobertas mais provas de que a COVID longa é uma lesão cerebral
-
6 Outubro, 2024 A COVID-19 pode proteger-nos… da gripe