Encostados à parede durante uma hora: o que se passa no Casal da Mira?

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José Coelho / Lusa

Movimento Vida Justa pede audiência a ministra porque, revela, as acções de força policial têm-se acumulado no bairro.

O Casal da Mira é uma urbanização na freguesia da Encosta do Sol, Amadora. Onde não reina a paz, aparentemente.

No início deste ano surgiram queixas sobre a falta de manutenção e conservação das casas. Os moradores queixavam-se de inflitrações, elevadores avariados, pouca iluminação, alegando que a Câmara Municipal da Amadora (responsável pelo bairro) está a marginalizar aquela zona.

Poucas semanas depois, surgiram no Público queixas sobre uma alegada violência policial. “Tenho medo de encontrar os meus filhos mortos”, contava uma mãe, uma das vozes que criticavam a forma como a Polícia de Segurança Pública (PSP) actuava no bairro.

“Os putos não podem falar, nem podem perguntar o que se passa. Porque são logo agredidos pela polícia que era suposto protegê-los”. Ou ainda: “Toda a gente para a parede!” – e assim ficavam numa alegada operação de três horas.

Segundo alguns locais, a PSP acha que “tudo que os jovens fazem é tráfico, é roubo”. Que são delinquentes.

É uma zona onde os jovens estão muito na rua, juntos. Mas se estiverem mais dois ou três juntos, sobretudo à noite, a PSP já aparece. E depois “os putos ficam revoltados, começam a fechar as estradas com sofás, com caixotes, a fazer fogueiras”.

A PSP assegura que não é violenta no Casal da Mira, que tem uma actuação “adequada” e “proporcional”, de “mínima intervenção”.

Encostados às paredes

Meses depois, os relatos de violência policial persistem.

O movimento Vida Justa escreve, em comunicado enviado ao ZAP, que ao longo da última semana multiplicaram-se as acções de forças policiais no bairro.

São polícias “que não respeitam os direitos dos habitantes, e acham que a sua função policial se confunde com a agressividade e abuso contra todos os moradores”, lê-se.

O movimento acrescenta que a polícia tem “repetidamente” acções repressivas e violentas contra a população do Casal da Mira

“Várias vezes por mês os moradores são encostados às paredes e assim têm de estar, durante mais de uma hora, ameaçados de agressão”.

Por isso, o Vida Justa vai pedir uma reunião à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, para abordar o assunto.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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6 Comments

  1. Boa tarde a todos. Mais uns “coitadinhos” desta sociedade, realmente a Vida (Não é) Justa … tudo boa gente. O que está a faltar neste país é pulso forte por parte das autoridades, para acabar com esta bandalheira generalizada. Cumprimentos.

  2. Tadinhos dos “putos” , eles só assaltam velhinhos, que já deviam estar a fazer tijolo há decadadas e vivem das reformas que os trabalhadores descontam para eles… inventem uma injeção atrás da orelha.
    O que é previso e apoiar esta malta nova, com recreio, bibliotecas, passeios às praias, subsidios para tabaco e bilhares.
    Em frente à parede 1h, incrivel, não há musculo que aguente… porque não arranjam umas cadeirinhas?

  3. É mais fácil para a sra. Ministra acreditar e aceitar as propostas destes marginais do que apoiar as polícias. Não dá votos. Entretanto, a segurança pública vai-se degradando. Se nada fizerem, os polícias de nada serão acusados. Fica tudo bem. De notar que, há 2 décadas as polícias faziam prevenção, eram visíveis nas ruas das cidades. Hoje aparecem depois de consumados os crimes. Hoje, aparecem apenas nos locais dos crimes. A PREVENÇÃO já foi. Parece-me que estamos a caminho do “olho por olho, dente por dente”. Cada qual por si. mas nestas situações os criminosos são “mais corajosos”. Andam sempre á frente. Aparentemente os políticos descapitalizaram as forças de segurança em meios humanos e materiais. Que pensamento macabro poderá estar por detrás de tudo isto? Parece-me que toda esta situação foi planeada. Poderei estar completamente errado, mas é o que me parece.

  4. “Várias vezes por mês os moradores são encostados às paredes e assim têm de estar, durante mais de uma hora, ameaçados de agressão”.

    Mas são todos os moradores do bairro que são encostados à parede várias vezes por mês?

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