Violência no futebol: Ministro admite sanções mais pesadas

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André Kosters / Lusa

O Ministro da Educação Tiago Brandão Rodrigues

O fim-de-semana ficou marcado por vários episódios de violência em jogos de futebol, desde a I Liga a jogos dos campeonatos distritais. O ministro da Educação, que detém a tutela do Desporto, pede penas mais pesadas.

Este domingo, uma mulher sofreu ferimentos na sequência de desacatos entre adeptos da Académica e do Famalicão, no final do jogo da II Liga, disputado em Coimbra, que terminou com um empate (1-1).

Fonte policial disse à agência Lusa que a mulher sofreu ferimentos na cabeça, depois de ter sido atingida por uma cadeira, quando se encaminhava para a saída do Estádio.

Com os nervos à flor da pele, alguns desentendimentos dentro do campo entre dirigentes e jogadores foram depois transmitidos para as bancadas, com os adeptos visitantes a terem de sair escoltados e debaixo de grande confusão.

Fora do estádio, a polícia teve de intervir para separar os adeptos dos dois clubes e criar um cordão de segurança para evitar mais desacatos e permitir que vários autocarros com os apoiantes do Famalicão pudessem sair em segurança.

A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) já anunciou que vai instaurar um processo de averiguações. “Na sequência dos incidentes verificados na partida entre Académica e Famalicão, a Liga Portugal irá tomar medidas no sentido do apuramento de responsabilidades, através da instauração de um processo de averiguações“, referiu a entidade, numa nota enviada à Lusa.

“A LPFP repudia e condena este género de incidentes no futebol, pelo que solicitará às forças de Segurança Pública destacadas na partida realizada em Coimbra o envio, com caráter de urgência, do relatório das ocorrências do jogo, de que se lamenta a existência de um ferido”, conclui a nota.

No mesmo dia, segundo a SIC Notícias, um adepto do Beira-Mar aproximou-se do túnel de acesso aos balneários para agredir o árbitro do jogo para o campeonato distrital de Aveiro. A partida terminou ao intervalo, quando o União de Lamas vencia por 1-0.

Na passada sexta-feira, dia em que se realizou o “clássico” entre FC Porto e Benfica, o final do jogo também ficou marcado pela entrada de um adepto dos dragões no relvado, que aproveitou a confusão gerada junto ao banco dos encarnados, depois de Tiago Pinto ter pontapeado a bola, para empurrar jogadores da equipa adversária, nomeadamente Pizzi.

Segundo a imprensa, este episódio poderá custar ao FC Porto uma multa pesada e o castigo de um a três jogos à porta fechada. Entretanto, esta segunda-feira, o adepto de 34 anos vai ser ouvido no Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto.

De acordo com o jornal Record, citado pelo Observador, o adepto conta já com uma iniciativa de angariação de fundos para pagar a sanção a que deverá ser sujeito através de uma página de apoio dos azuis e brancos.

Ministro admite sanções pesadas

Em entrevista ao Diário de Notícias e TSF, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, que detém a tutela do Desporto, admite agir caso os clubes, dirigentes, a Liga e a Federação não forem capazes de pacificar o clima no futebol português.

“Esperamos todos que não haja necessidade de haver nenhum tipo novo de enquadramento penalizador. Se o mundo do futebol, a sociedade civil, entre todos entendermos que essa é a única forma para lá avançaremos”.

“O Governo tem, por um lado, formas de ir criando consensos e, por outro lado, ir apelando de forma séria à contenção dos dirigentes, dos comentadores, dos órgãos de comunicação social”, continua.

“Basicamente, há algo que não nos podemos esquecer. O futebol é um espetáculo mas nunca pode ser um ‘reality show’“.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. A caixa de pandora está aberta desde Junho.
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    A CS todos os dias escava mais e todos os dias encontra sempre mais sujeira a partir de um mesmo epicentro que vem poluindo todo o ambiente desportivo.
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    Não se entende porque ainda não houve detenções e julgamentos – nem um pequeno sinal credível para dissipação de dúvidas e o ambiente está cada vez mais pesado, a suspeição aumenta a cada dia e o silêncio é cada vez mais ensurdecedor.
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    Não é a castigar o povo que vai mudar alguma coisa – isso agora seria repressão!
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    O problema é estrutural e não está nas mãos das polícias resolverem-no.
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    O povo não vota em eleições e é no futebol que encontra outras formas de exteriorizar a sua frustração por ver a sociedade a afundar-se num pântano.
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    Quanto a responsabilidades pelo descalabro, pode concluir-se que elas começam na ineficácia das instituições, que os Sr.s políticos deveriam pôr a funcionar, pois para isso é que foram eleitos e são nomeados.
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    Quando houver uma tragédia e todas as palavras forem dispensáveis, tudo se resumirá ao nojo!

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