Luís Filipe Vieira. “A minha sucessão tem de ser preparada”

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António Pedro Santos / Lusa

O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira

O presidente do Benfica reafirmou, esta quinta-feira, que, se ganhar as eleições agendadas para o final do mês, será o seu último mandato e admitiu que a saída da Liga dos Campeões foi um rombo a nível financeiro.

Numa entrevista à SIC, o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, explicou que, se for eleito a 30 de outubro, os quatro anos seguintes servirão para preparar a sua sucessão.

“Será o meu último mandato. Tenho 71 anos, quando acabar vou ter 75 ou 76. Praticamente não tive férias neste tempo no Benfica. Não está ao alcance de qualquer um recuperar um clube destes em 20 anos. É, efetivamente, o meu último”, reafirmou.

“Não vale a pena enganar ninguém. Terá de ser preparada a minha sucessão. Se terminar agora, é mau para o Benfica. O meu sucessor tem de ser preparado para me suceder porque isto precisa de continuidade.”

“Vai custar muito, mas é uma decisão bem pensada e amadurecida com a minha mulher e filhos. Mas o Benfica ainda precisa de mim, porque o que vem pela frente não é fácil. Se não fosse isso, se calhar podia ser agora”, revela.

Relativamente aos objetivos traçados para esta época, o dirigente encarnado admitiu que a saída da Liga dos Campeões foi uma desilusão, mas que espera agora uma boa prestação na Liga Europa.

“O Benfica é aquele que está mais preparado para enfrentar a crise, desde que não se prolongue por muito tempo, se não seremos mais um. Agora, efetivamente, não irmos à Liga dos Campeões é uma martelada bastante grande. Mas o Benfica fez agora uma boa venda [Rúben Dias]”, recorda.

“Vamos tentar ser um sério candidato à Liga Europa para recuperarmos, e sendo campeões somos capazes de recuperar uns milhões de euros. E esse é o objetivo”, declarou Vieira.

Sobre as ambições em território nacional, o presidente não esquece o objetivo de “repetir um tetra”, até porque, neste momento, o Benfica tem uma equipa e um treinador muito fortes.

“Efetivamente queremos repetir um tetra. O Benfica tem equipa muito forte, treinador também, o Jorge Jesus veio dar outra dimensão ao que é pretendido. Foi a melhor década de sempre das modalidades, melhor em termos financeiros, no futebol é a segunda melhor de sempre. Vou concentrar-me muito só na vertente desportiva.”

Questionado sobre a possibilidade de haver debates com os outros candidatos, Vieira considerou que “os debates são ruído” e “não vão esclarecer ninguém”.

“O Benfica precisa de estar unido e não desunido. Os debates são ruído, não vão esclarecer ninguém. As pessoas devem fazer como eu, apresentar propostas junto dos benfiquistas e estes decidem. O debate não vai ser esclarecedor para ninguém. O Benfica não se pode expor dessa maneira para dar trunfos aos concorrentes e ser badalado de forma negativa. O debate é ruído e não quero entrar em ruídos”, afirmou.

Sobre o facto de ser arguido na Operação Lex, o dirigente das águias disse estar de “consciência completamente tranquila” e reafirmou que “a justiça não se faz nos jornais e nas televisões”.

“O que se está a passar comigo, que deve ser alguma perseguição de alguém que não sei quem é, mas quando se fala da minha vida particular e dos processos em tribunal que não sei quais são – o Lex é individual – a seu tempo toda a gente saberá. Acho que as pessoas bem formadas e com boas intenções já perceberam o que se sucedeu ou por onde me querem encaminhar. De certeza que no local certo saber-me-ei defender e acredito muito na justiça”, declarou.

Além do atual presidente encarnado e do já anunciado candidato João Noronha Lopes, também Bruno Costa Carvalho e Rui Gomes da Silva já manifestaram a intenção de se candidatarem.

ZAP //

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