Novo estudo mostra que o gelo de água empoeirado é um excelente lugar para procurar por vida microbiana no planeta.
Encontrar vida em Marte é um desafio que se prolonga há décadas. E, agora, é reforçada a tese de que será mais provável descobrir evidências reais de vida em Marte debaixo do gelo.
Um estudo elaborado por investigadores da NASA sugere que a água congelada na superfície de Marte tem as condições necessárias para ser casa de microrganismos.
A revista Galileu explica que os astrónomos usaram modelos de computador e verificaram que a incidência de luz solar através da camada de gelo marciana seria suficiente para permitir a realização de fotossíntese – e uma consequente existência de alguma forma de vida fotossintetizante.
Há diversos ecossistemas em piscinas de gelo na Terra. Têm algas, fungos e cianobactérias microscópicas, todas fotossintéticas.
Marte tem blocos de água congelada e dióxido de carbono sólido. É o denominado “gelo seco”.
Este estudo mostra que grandes quantidades do gelo tradicional (H2O) formaram-se a partir de uma mistura de poeira e neve; essa mistura caiu na superfície de Marte durante as eras glaciares. E assim apareceram poças de água subterrâneas.
As moléculas de poeira escura absorvem mais luz solar do que as de água ao seu redor. Por isso, podem ter feito com que o gelo marciano aqueça mais do que o gelo “puro”. Assim o material terá derretido mais do que o esperado, escorrendo até alguns metros abaixo da superfície – embora não haja um consenso sobre se o gelo pode realmente derreter quando fica exposto à superfície de Marte.
Os cientistas também consideram que as piscinas subterrâneas marcianas podem ocorrer a uma profundidade de até 3 metros abaixo da superfície.
Com essa profundidade, as camadas superiores de gelo impedem que as poças rasas de água do subsolo evaporem, enquanto fornecem proteção contra radiação prejudicial. Sem campo magnético para protecção do Sol, Marte fica com mais probabilidade de ter vida.
No estudo, também se lê que o gelo de água com maior probabilidade de formar poças subterrâneas estará nos trópicos do planeta, entre 30 graus e 60 graus de latitude, tanto no hemisfério norte quanto no sul.
O principal autor do estudo, Aditya Khuller, acredita que as áreas de gelo marciano “estão, provavelmente, entre os lugares mais acessíveis que deveríamos procurar vida em Marte”.