John Prescott, vice-primeiro ministro britânico no poder em 2003, quando o Reino Unido participou na invasão ao Iraque, admitiu que a ação militar violou as leis internacionais.
Quatro dias depois da publicação de um comunicado oficial que assinala que Londres ordenou o ataque antes de se terem esgotado todas as vias pacíficas, o político trabalhista disse que mudou de opinião acerca da legalidade da intervenção.
“Em 2004, o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que, uma vez que o principal objetivo da guerra do Iraque era uma mudança de regime, era ilegal. Com grande tristeza, agora acredito que estava correto”, escreveu o antigo governante num artigo no Sunday Mirror.
“Viverei com a decisão de ter ido à guerra e com todas as suas catastróficas consequências o resto da minha vida”, acrescentou.
Ao lembrar os dias anteriores ao início das operações, Prescott disse que o então general britânico Peter Goldsmith assegurou aos membros do Governo que o ataque era legal, mas “não apresentou nenhuma documentação” que apoiasse essa informação.
Na passada quarta-feira, o primeiro-ministro britânico em 2003, Tony Blair, admitiu que as provas dos serviços de informação em que se baseou para apoiar a intervenção militar eram “erróneas” e pediu desculpa pelas consequências indesejáveis da guerra.
Blair sublinhou contudo que, com os dados que tinha na altura, “voltaria a tomar a mesma decisão” e frisou que o regime de Saddam Hussein suponha uma ameaça à paz mundial.
/Lusa