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O cabo da discórdia. Pescadores ameaçam boicotar procissão de Nossa Senhora da Agonia

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Romaria d'Agonia / Facebook

Procissão marítima de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo.

A procissão marítima que é um dos pontos altos das festas de Nossa Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, está ameaçada. Tudo por causa da ameaça de boicote dos pescadores locais que estão descontentes com o processo de instalação do cabo submarino do futuro parque eólico no mar, o Windfloat.

O ponto da discórdia são as compensações acordadas com o consórcio Windplus e a EDP Renováveis, responsáveis pelo projecto de 125 milhões de euros, devido à interdição do espaço de pesca na zona de mar onde será instalado o cabo submarino de 17 km, de modo a escoar a electricidade produzida pelas turbinas eólicas.

Dezenas de pequenos pescadores consideram que foram “excluídos da negociação” e “estão profundamente revoltados”, como refere ao Público o seu representante, o advogado Pedro Meira.

Estes pequenos pescadores não querem aceitar o que consideram ser uma “esmola” e ameaçam tomar “medidas de força”, designadamente boicotando a procissão de Nossa Senhora da Agonia, mas também impedindo “a instalação do cabo por terra ou por mar”, como alerta Pedro Meira.

O consórcio Windplus negociou com 16 armadores de Viana do Castelo uma indemnização de um milhão de euros que estará já a ser paga, segundo o Público.

O Secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, negociou com outros armadores uma compensação de 200 mil euros que, segundo Pedro Meira, está “totalmente fora de hipótese”.

O advogado representa 30 pescadores que vão deixar de poder pescar na zona onde ficará o cabo e outros 40 que querem ser compensados porque os primeiros passarão a pescar na sua área. Todos querem perceber “o critério para a atribuição dos 1,2 milhões e, com base nesse critério, serem compensados de forma equitativa, como foram os outros”, explica Pedro Meira.

O consórcio Windplus prevê instalar o cabo de 17 km até ao fim do mês, para aproveitar condições climatéricas ideais, caso contrário poderá ter que adiar o processo até ao próximo ano. Isso seria um grande problema para o consórcio que, assim, poderia perder acesso aos fundos comunitários de 30 milhões de euros que foram agregados ao projecto.

ZAP //

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