Cientista tem uma ideia para viajar à velocidade da luz: surfar supernovas

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ESO/M. Kornmesser

Impressão artística da formação de poeira em torno de uma explosão de supernova.

Avi Loeb, presidente do Departamento de Astronomia da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, revela como se pode construir uma aeronave que, ao estilo de um surfista, usa fotões de uma supernova para viajar à velocidade da luz.

Uma supernova é uma explosão estelar poderosa e luminosa, que ocorre durante os últimos estágios evolutivos de uma estrela massiva ou quando uma anã branca inicia uma fusão nuclear descontrolada.

A morte de uma estrela gigante é bastante tumultuosa. A estrela Eta Carina, por exemplo, tem aproximadamente cem massas solares e está a 7.500 anos-luz de distância.

Dada a sua fase evolutiva avançada e a sua distância, é possível que a estrela já tenha colapsado e que a energia da sua explosão esteja a dirigir-se na nossa direção à velocidade da luz, explica Avi Loeb num artigo publicado no El Confidencial.

Num novo estudo publicado recentemente na revista Scientific Reports, Avi Loeb e companhia mostraram que a frequência de explosões de raios gama e supernovas na nossa galáxia é pequena o suficiente para que não sejam preocupantes para o nosso bem-estar.

Muitos surfistas viajam até às praias do Hawaii ou da Nazaré para apanhar as maiores ondas que lhes permitam atingir grandes velocidades. Poderão civilizações extraterrestres que tenham aspirações semelhantes usar o poderoso flash de luz vindo da explosão de uma estrela como Eta Carina?

O projeto Breakthrough Starshot visa atingir vários décimos da velocidade da luz, empurrando uma vela solar por alguns minutos com um feixe de laser dez milhões de vezes mais brilhante que a luz solar na Terra.

A possibilidade é que — a muito longo prazo — exista uma civilização que resida perto de uma enorme estrela, como Betelgeuse ou Eta Carinae, e coloque inúmeras velas solares ao seu redor, esperando pela poderosa explosão que lançará as velas à velocidade da luz por um custo mínimo.

Para tal, há aspetos a ter em consideração. As velas solares, por exemplo, devem ser altamente refletivas para não absorver demasiado calor e queimarem.

Embora o lançamento possa ser iniciado a uma distância cem vezes maior que o tamanho da estrela em explosão, é preciso ter cuidado ao planear as trajetórias, escolhendo aquelas especialmente vazias, livres de detritos estelares.

Navegar à velocidade da luz usando os flashes naturais de uma supernova economizaria a elevada despesa de construir sistemas de lançamento artificial.

Se tivermos a sorte de ter muitas civilizações tecnologicamente avançadas na nossa galáxia, pode haver enxames de velas solares em torno de estrelas massivas, esperando pacientemente pelas suas explosões, equaciona Avi Loeb.

Daniel Costa, ZAP //

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