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Ventura corta relações com CDS por ter marcado congresso na mesma data que o do Chega

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rtppt / Flickr

O candidato às eleições presidenciais de 2021 pelo Chega, André Ventura

O líder do Chega anunciou hoje que irá “cortar em absoluto as relações com o CDS”, depois de o partido liderado por Francisco Rodrigues dos Santos ter convocado um congresso para as mesmas datas que o do Chega.

Numa curta declaração vídeo, André Ventura reagiu à aprovação, pelo Conselho Nacional do CDS, da convocatória que estipula que o 29.º Congresso do partido irá ter lugar nos dias 27 e 28 de novembro, coincidindo com as datas já anunciadas pelo Chega para a sua reunião magna.

Considerando que houve uma “falha e uma quebra muito grave da lealdade institucional e parlamentar” – que, segundo a “boa prática”, prevê que os partidos com representação parlamentar “não tenham as suas reuniões magnas na mesma altura” – André Ventura anunciou que o Chega deixará de ter “qualquer relação institucional, política, partidária ou parlamentar” com o CDS.

O Chega cortará em absoluto as relações com o CDS a partir deste momento. O CDS mostrou ser um partido completamente incapaz de responder democraticamente aos anseios da população, e mostrou ser incapaz de assegurar qualquer lealdade institucional nesta matéria”, afirmou o presidente do Chega.

Em declarações à Lusa, Ventura indicou que, na prática, o corte de relações significa que deixará de haver “ligações institucionais com o CDS, participação em reuniões comuns, convite para congressos, quaisquer entendimentos políticos ou linhas de conversação entre os dirigentes”.

Na declaração vídeo, o líder do Chega salientou ainda que “é bom que a direita ponha os olhos neste CDS”, acusando o partido de preferir “dar a mão à esquerda” e ao PSD, em vez de procurar “criar uma direita forte em Portugal que seja alternativa a António Costa”.

“A única preocupação do CDS é destruir o Chega, ofuscar-nos, diminuir-nos e humilhar-nos. Não aceitaremos isso. A partir de hoje, as relações com o CDS estão totalmente cortadas dentro do espetro político, parlamentar e institucional”, reiterou Ventura.

Na semana passada, André Ventura anunciou que o congresso extraordinário do Chega – convocado depois de o Tribunal Constitucional ter considerado que as alterações estatutárias introduzidas pelo partido no Congresso de Évora, em setembro de 2020, são ilegais – irá decorrer entre 26 e 28 de novembro, no distrito de Viseu.

Já no domingo, o Conselho Nacional do CDS-PP aprovou a convocatório do 29.º Congresso do partido para as mesmas datas, com 64% de votos a favor e 29% contra.

A reunião magna dos centristas, na qual será eleito o próximo presidente do partido e a sua direção, vai ser antecipada em dois meses, uma vez que o último se realizou no final de janeiro do ano passado e os congressos do CDS-PP acontecem ordinariamente de dois em dois anos.

O facto de as datas do Congresso do CDS coincidirem com as do Chega já foi criticado pelo eurodeputado Nuno Melo – que irá disputar, nessa ocasião, a liderança do partido centrista com Francisco Rodrigues dos Santos -, considerando “um absurdo” que o partido “partilhe o palco” e divida o “espaço mediático” com o Chega.

// Lusa

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6 Comments

  1. Teoricamente Portugal é uma República baseada no Estado de Direito Democrático, no pluralismo da vida política, na autodeterminação e Liberdades individuais, no multipartidarismo político e na soberania popular. Um só país e um só Governo durante muito tempo no poder político do Estado leva à tirania, ao autoritarismo, à anarquia e à corrupção política e agrava o empobrecimento desse país. O Poder excessivo vicia e o Vício político Corrompe a alma do povo. Em Democracias representativas desenvolvidas e intelectualmente avançadas, não há “extremismos políticos”, as verdadeiras problemáticas são a Corrupção política e a má Governação política do país que empobrecem a Democracia plena e estagnam a Economia do país. O multipardidarismo é uma forma de organização política democrática para alternâncias no exercício do poder político se a soberania popular racionalmente avançada expressar a sua vontade política legítima e dentro do Direito Constitucional da República. Quem quer destruir um partido político à revelia das regras democráticas não é “boa gente”. A ignorância humana pode levar à destruição da vida coletiva em Sociedade. “Há muito boa gente que é detida de forma ilícita, privada de liberdade e presa sem ter oportunidade de um bom Defensor é um bom julgamento”. Em Portugal, no século XXI, ainda há tendência para o aprisionamento político de cidadãos portugueses livres. Vergonhoso! Anda por aí muitos prevaricadores políticos e criminosos contra a dignidade da pessoa humana. Será Portugal uma verdadeira Democracia?! Uma Vergonha!

    • Grande “filme”… ninguém quer acabar com o CDS; o Chega está a ocupar o espaço do CDS porque (além da guerra civil dentro do CDS) são ambos muito parecidos (muito religiosos e “donos” da moral, mas com pouca ou nenhuma moral).
      Quantos mais partidos melhor; divertem a malta e sempre acrescentam algo o Estado de Direito – nem que seja com exemplos do que não se deve fazer!…

  2. Um Facho contra ataca outro Facho, qual de nós 2 é o herdeiro de

    Salazar, no dia que se comemorou um defensor das Liberdades que salvou milhares de vidas, Aristides de Sousa Mendes, um bem haja para este libertador,

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