Eskilstuna Polis

Clark Olofsson em 1965
Fez reféns — que ficaram seus amigos — durante seis dias. As vítimas até quiseram fugir com o sueco, que morreu esta quinta-feira depois de uma vida entre o crime e a prisão.
Clark Olofsson, um dos criminosos mais famosos da história da Suécia e um dos protagonistas do assalto que deu origem ao termo “síndrome de Estocolmo”, morreu aos 78 anos num hospital do país, confirmou esta quinta-feira a família à imprensa.
Olofsson, que estava em liberdade há sete anos, passou metade da sua vida na prisão por inúmeros crimes, que vão desde a tentativa de homicídio e roubo até agressão e tráfico de droga, mas o mais famoso de todos foi o chamado “caso de Norrmalmstorg”, um assalto a um banco em que os reféns formaram uma relação de cumplicidade com os seus raptores, dando origem ao popular termo psicológico “síndrome de Estocolmo“.
O assalto
Jan Erik “Janne” Olsson entrou na sucursal do Kreditbank na praça central de Norrmalmstorg, na capital sueca, a 23 de agosto de 1973, encapuzado, armado com uma metralhadora e explosivos.
Olsson fez três funcionários reféns e impôs condições à polícia: três milhões de coroas suecas, um carro e livre-trânsito para sair da Suécia.
O criminoso exigiu ainda que Clark Olofsson, que estava preso na altura e com quem Olsson tinha travado conhecimento na prisão, fosse levado até à sucursal bancária.
As autoridades concordaram com parte das suas exigências e levaram Olofsson até ao banco, onde outro funcionário escondido foi descoberto e passou a fazer parte do grupo de reféns no cofre de segurança.
Permaneceram ali durante seis dias, durante os quais sequestradores e reféns jogaram às cartas e formaram um forte laço emocional. Chegaram mesmo a aceitar uma proposta, rejeitada pelas autoridades, de fugir com os criminosos, declarando que confiavam neles “cegamente”.
Quando a polícia libertou os reféns numa operação em que ninguém ficou ferido, estes recusaram-se a sair antes dos agressores, com medo de uma possível retaliação da polícia, e abraçaram-se na despedida.
O “caso de Norrmalmstorg” deu origem a vários livros e a um filme, e há três anos, a plataforma Netflix lançou uma série inspirada na vida de Olofsson, que cumpriu penas em vários países e chegou a renunciar à nacionalidade sueca, que viria a recuperar mais tarde.
ZAP // Lusa