Ventura compara Montenegro à amiga Marine Le Pen

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André Ventura/Twitter

André Ventura e Marine Le Pen a almoçar em Lisboa, em janeiro de 2021

André Ventura comparou Luís Montenegro à líder da extrema-direita francesa e recém-condenada por desvio de fundos europeus, Marine Le Pen, para defender que políticos sobre os quais recaiam suspeitas não devem recandidatar-se a cargos públicos.

Marine Le Pen e outros oito eurodeputados foram esta segunda-feira considerados culpados de desvio de fundos públicos da União Europeia.

A líder da extrema-direita francesa condenada a 4 anos de prisão, dois deles com pulseira eletrónica.

Isto quer dizer também que a candidatura às eleições presidenciais de 2027 ruiu.

André Ventura acha bem – afirmou, na tarde desta segunda-feira, sem nunca se referir diretamente à sua amiga política, Marine Le Pen.

“Se temos um dirigente, ou uma dirigente, ou um político, ou uma política, ou um ex-primeiro-ministro, ou um primeiro-ministro suspeito de enriquecer no exercício das funções que tem, suspeito de desviar dinheiro, então não se pode recandidatar, seja em Portugal, em França, em Itália, na Alemanha”, disse.

Ventura compara Montenegro a Le Pen

Confrontado pelos jornalistas com o facto de Marine Le Pen já ter sido condenada e o primeiro-ministro não ser sequer arguido, o líder do Chega alegou que Luís Montenegro “tem visto aumentar dia após dia suspeitas sobre a sua conduta” e “é suspeito de ter enriquecido à custa da sua atividade pública e política”.

“Isto é mau para a democracia e é mau, quer quando a pessoa é condenada, mas também quer quando estas suspeitas existem e não são explicadas. Suspeitas podem existir sobre qualquer pessoa, a diferença dos políticos sérios é que não fogem e explicam”, defendeu.

Ventura considerou que, tanto num caso como no outro, “se têm de retirar as devidas consequências”, afirmando que “não é pior” o caso de Le Pen do que o caso de Montenegro.

“O que diria a justiça francesa no caso de um político que compra casas de seis andares, no caso de um político que compra casas a pronto em Lisboa, no caso de um político que recebe dinheiro enquanto está a exercer o cargo de primeiro-ministro… A justiça francesa já o teria algemado e levado para uma prisão em Paris“, argumentou.

Mas acaba a criticar a justiça

Em jeito de defesa a Le Pen, o líder do Chega alertou também para “o risco” de “as inelegibilidades se tornarem uma forma de afastar opositores políticos“.

Ventura disse que a justiça “não se deve substituir à democracia” e que os tribunais não podem fazer “perseguição política”.

Marine Le Pen, antiga presidente da União Nacional (RN) e atual líder do grupo parlamentar do partido na Assembleia Nacional francesa, foi condenada a quatro anos de prisão, dois dos quais não suspensos e sujeitos a um sistema de vigilância eletrónica, a uma multa de 100.000 euros e a cinco anos de inelegibilidade.

Le Pen e oito eurodeputados franceses da União Nacional foram considerados culpados de terem desviado fundos públicos do Parlamento Europeu. O advogado de Le Pen anunciou que irá recorrer da decisão, embora a interdição de exercer cargos públicos não seja passível de recurso.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. Estão a ver como o Partido Chega é uma fraude: «…Se temos um dirigente, ou uma dirigente, ou um político, ou uma política…», o discurso, os termos que empregam, a maneira de falar e as palavras, são iguais às do PS, PSD, CDS, PCP, BE, PAN, IL, L.

    • Tienes razon meu caro figueiredo. Mas a patada vai toda votar nele. Vou votar no ppm só fazer um voto de anti sistema nunca pensei chegar a este ponto

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