Uma rara maré alta de verão deixou a famosa Praça de São Marco submersa, com as águas a subirem até um metro durante a noite.
No entanto, apesar de surpreendentes, as cheias não assustaram os que por ali passavam. Casais de turistas aproveitaram para ensaiar passos ao som de um piano e com a água pelos tornozelos, ao mesmo tempo que as crianças chapinhavam em alegres brincadeiras. Outros, não desistiram dos passeios de sapatos nas mãos.
A cidade banhada pela Grande Lagoa, com portas abertas para o Adriático, é frequentemente atingida pela chamada acqua alta (água alta) no outono e inverno, que já resultaram em cheias devastadoras, como em novembro de 2019.
Contudo, o fenómeno não é comum durante as estações da primavera e verão.
Os incidentes com a água alta de Veneza são causados por uma combinação de fatores exacerbados pelas alterações climáticas: desde a subida do nível da água do mar e marés invulgarmente altas até ao abatimento da terra que fez com que o nível do solo da cidade se afundasse.
Este problema tem feito com que as águas invadam a Praça de São Marcos mais frequentemente. De acordo com a EuroNews, por volta de 1900, este tipo de inundações só aconteciam cerca de quatro vezes por ano, sendo que agora ocorrem mais de 60 vezes.
A parte mais baixa da cidade italiana situa-se em frente à catedral de São Marcos, que fica apenas 64 cm acima do nível do mar, sendo por isso, a primeira a inundar perante estas circunstâncias.
Uma barreira contra inundações foi colocada pela primeira vez em outubro passado, mas só é ativada para bloquear as marés mais prejudiciais, de mais de 1,30m, pelo que não entrou em funcionamento no domingo.