A venda de automóveis em Portugal até outubro ficou abaixo dos níveis pré-pandémicos. Também face a 2020 a evolução é ligeiramente positiva.
Ouvida pelo Diário de Notícias, a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP) descreve 2021 como um ano difícil e o próximo pode não ser muito melhor. Ao que tudo indica, a responsabilidade continuará a ser, pelo menos em parte, da pandemia.
Segundo a ACAP, foram colocados em circulação 150 009 novos veículos automóveis. Um número que representa uma subida de 4,4% face aos dez meses de 2020. Quando comparado com o período entre janeiro e outubro de 2019 reflete uma queda de 33,5%.
Estes números, refere Hélder Pedro, secretário-geral da ACAP, estão “muito abaixo (- 33%) de 2019”. “O que demonstra que a situação é bastante difícil neste mercado que não recuperou ainda para o nível pré-covid. Como dizemos, a par do setor do turismo, o automóvel é um dos mais impactados pela crise”, acrescenta.
Esta situação pode ser explicada pelo facto de no ano passado o setor ter travado a fundo. Por um lado, com o encerramento de fábricas e stands durante mais de um mês e, por outro, porque as restrições impostas e consequências económicas desencorajaram a compra de carros novos.
A juntar a isto, há a crise dos semicondutores, cada vez mais necessários nesta indústria, e que, neste momento, a procura excede à oferta, uma vez que as fábricas, muitas na Ásia, também sofreram os efeitos da covid-19.
Agora, a ACAP olha para 2022 e vê ainda um ano complicado. “Há uma grande dependência da Ásia. Mas tudo o que seja feito [na UE] vai demorar tempo. Mesmo que se construam fábricas, que já foi anunciado e que está em andamento, isso não será num mês ou dois e pode afetar o ano de 2022″, admite Hélder Pedro.