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Veiga não tem dinheiro para as dívidas, mas foi quase dono de um banco

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O ex-empresário de jogadores de futebol queria comprar o Banco Internacional de Cabo Verde, mas nem sequer o podia fazer graças às dívidas que mantém em Portugal.

No continente africano, José Veiga era conhecido por ser um empresário de sucesso mas, em Portugal, estava na lista da Autoridade Tributária na categoria dos devedores de 250 mil a um milhão de euros.

Mesmo assim, o ex-empresário de jogadores de futebol queria comprar um banco, mais precisamente o Banco Internacional de Cabo Verde, que ainda é propriedade do Novo Banco.

O contrato estava quase a ser finalizado, o empresário tinha já um sinal de 11 milhões de euros que entretanto foram congelados pela Justiça, só faltava a luz verde do Banco Central de Cabo Verde.

De acordo com uma fonte judicial, em declarações ao Diário de Notícias, essas mesmas dívidas fariam com que o empresário nem sequer pudesse apresentar uma proposta para adquirir o banco.

Ao mesmo tempo, o caderno de encargos do processo exigia que os potenciais compradores tivessem “ativos líquidos num valor de pelo menos 500 milhões de euros“.

Este mesmo montante chegou a circular nas contas bancárias ligadas ao ex-diretor dos encarnados, algo que, por si só, deveria ser motivo para se desconfiar de um eventual branqueamento de capitais.

Ainda durante o dia de ontem, segundo o DN, o Banco Central de Cabo Verde adiantou que, mesmo antes de tentar comprar o banco cabo-verdiano, Veiga tinha tentado criar o seu próprio banco naquele país.

No entanto, na qualidade de acionista único do “Groupe Norwich, S.A”, o empresário viu a proposta ser chumbada pelo supervisor cabo-verdiano.

Aviso das autoridades francesas

Segundo o Público, esta investigação, batizada de “Rota do Atlântico”, terá mesmo começado depois de uma carta rogatória enviada pelas autoridades francesas que pediam a colaboração das autoridades portuguesas.

Os investigadores acreditam que tanto Veiga como Paulo Santana Lopes, irmão do ex-primeiro-ministro, receberam milhões em luvas de empresas que queriam investir no Congo, uma antiga colónia francesa.

Segundo o diário, muitos dos negócios eram feitos através de off-shore que seriam representadas por testas-de-ferro, o que permitia ocultar a atuação dos dois portugueses em várias transações.

O dinheiro seria depois dividido com governantes locais, funcionando os dois empresários como intermediários dessas altas figuras do poder.

Nas buscas realizadas esta semana no âmbito da operação, foram encontrados, segundo noticia o Público, oito milhões de euros em notas numa das casas de Veiga.

Segundo as notas da PJ e da Procuradoria-Geral da República, estão em causa suspeitas de corrupção no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal.

José Veiga foi detido esta semana, juntamente com Paulo Santana Lopes e uma advogada com ligações a ambos.

Foram presentes ao juiz Carlos Alexandre esta quinta-feira no Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, mas apenas a advogada foi ouvida. Os interrogatórios devem prolongar-se até esta sexta.

ZAP

3 Comments

  1. Sim. O tipo que nem o próprio dinheiro consegue gerir parece-me ser a pessoa indicada para comprar um banco e gerir o dinheiro dos outros… Pelos vistos é o que mais deles têm feito.

  2. caramba , era este gajo que foi quase dono do benfica há anos atrás e segundo se dizia este clube clube devia-lhe toneladas de massa…
    parece que foi ele que evitou a falencia do benfica e agora dá nisto…
    será que o vieirinha também ….

  3. se eu nao pagar um imposto vem logo as finanças tirar-me os bens. estes senhores devem milhoes e ninguem faz nada. é o pais que temos. o pobre lixa-se o rico safa-se.

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