Varoufakis escolhe polémica ex-deputada socialista para representante no FMI

tedxathens / Flickr

Elena Panariti no TEDx Atenas 2010

Elena Panariti no TEDx Atenas 2010

O ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis lançou a polémica no Governo de esquerda radical, depois de ter nomeado uma controversa ex-deputada socialista como representante da Grécia no FMI.

A economista Elena Panariti foi deputada do Movimento Socialista Pan-Helénico (Pasok, social-democrata) e fez parte da equipa do Governo de coligação com os conservadores, entre 2012 e 2015, que negociou o plano de ajuda financeira ao país, marcado por uma forte austeridade.

A sua nomeação provocou a forte contestação de 43 deputados dos 149 do partido Syriza, no poder, e reações de muitos quadros do Governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras.

Olivier Hoslet / EPA

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis

O ministro das Finanças da Grécia, Yanis Varoufakis

“Uma personalidade que representa a política de austeridade do memorando não pode representar o atual Governo, cujos princípios e valores são completamente diferentes”, afirmam os deputados numa carta aberta publicada este domingo à noite pela agência de notícias grega ANA.

Esta é uma questão política, é uma decisão errada e exigimos a sua anulação”, escrevem.

Demissão “devido às reações negativas”

Entretanto, esta segunda-feira, Elena Panariti renunciou ao cargo de representante grega no FMI, divulgando uma carta em que refere não estar em condições para aceitar a nomeação “devido às reações negativas dos deputados e membros do Syriza”.

Na sua carta, Panariti agradece expressamente o apoio fornecido pelo ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que a incluiu na sua equipa ministerial e a designou para o cargo, e ao primeiro-ministro Alexis Tsipras, que aceitou a sugestão.

“Nunca pedi para ocupar esta posição e apenas a aceitei para ajudar o Governo com a minha experiência sobre o funcionamento do FMI (e organizações similares), mas torna-se impossível aceitar a nomeação devido às reações negativas de deputados e membros do Syriza”, justifica a economista.

A nova contestação proveniente das fileiras do Syriza surge após a controversa designação do novo diretor-geral da radiotelevisão pública, Lambis Tagmatarchis, que ocupou o cargo entre 2010 e 2012. Os casos assemelham-se por estarem ambos vinculados à gestão do governo do Pasok liderado por George Papandreou entre 2009 e 2011, quando foi assinado o primeiro resgate com os credores internacionais.

Panariti tinha trabalhado anteriormente no Banco Mundial e também foi assessora do ex-presidente do peru Alberto Fujimori, que se encontra detido desde 2007 após condenação por corrupção e violação dos direitos humanos.

As críticas a Panariti foram consideradas um ataque indireto a Varoufakis, que a designou, fazendo regressar os rumores sobre a sua possível demissão. Na sua conta pessoal na rede social Twitter, o ministro das Finanças limitou-se a comentar com a frase “Os rumores sobre a minha renúncia iminente são pela enésima vez demasiado prematuros”.

/Lusa

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