Astrónomos usam “VAR galático” para rebobinar destruição de uma estrela

NASA/ESA/STScI

SNR 0519

Uma equipa de astrónomos encontrou pistas ao estudar os restos de uma supernova numa galáxia vizinha que lhe permitiu ‘rebobinar’ a destruição de uma estrela.

Em causa estão os restos da explosão da anã branca SNR 0519, localizados na Grande Nuvem de Magalhães, uma pequena galáxia a 160 mil anos-luz da Terra.

Depois de atingir uma massa crítica, a estrela sofreu uma explosão termonuclear e foi destruída. Por vezes, traçar a linha do tempo da morte de uma estrela é uma tarefa árdua, mas os astrónomos do Observatório Chandra conseguiram fazê-lo, através de uma espécie de ‘videoárbitro galático’.

Os astrónomos combinaram os dados do Chandra e do Hubble com dados do telescópio espacial Spitzer para determinar há quanto tempo a estrela em SNR 0519 explodiu e aprender sobre o ambiente em que a supernova ocorreu.

Segundo o comunicado do observatório, estes dados oferecem aos cientistas a chance de “rebobinar” o filme da evolução estelar que aconteceu desde então e descobrir quando é que começou.

Os cientistas mediram as velocidades do material na onda de choque da explosão, que chegaram a 9 milhões de quilómetros por hora. A luz da explosão teria atingido a Terra há cerca de 670 anos, provavelmente durante a Guerra dos Cem Anos, entre Inglaterra e França.

No entanto, é provável que o material tenha desacelerado desde a explosão inicial e que a explosão tenha acontecido mais recentemente.

Os astrónomos descobriram que as regiões mais brilhantes da imagem divulgada são onde o material de movimento mais lento está localizado, e nenhuma emissão de raios-X está associada ao material de movimento mais rápido.

Os resultados implicam que parte da onda de choque colidiu com o gás denso à volta dos restos da estrela, fazendo com que desacelerasse à medida que viajava. Os astrónomos podem agora usar observações adicionais para determinar com mais precisão quando foi a hora da morte da estrela.

Os resultados foram publicados no passado mês de agosto na revista científica The Astrophysical Journal.

ZAP //

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