O antigo presidente do Benfica deixou o estabelecimento da Carregueira, em Belas, Sintra, às 8h30 desta terça-feira, depois de cumprir 5/6 da pena de 11 anos e meio. Tinha a mulher, Filipa Azevedo, à espera no exterior.
A partir de agora, o ex-dirigente encarnado e advogado vai ficar em liberdade condicional e, segundo a advogada, Luísa Cruz, pode voltar a trabalhar se assim o entender e as pessoas o requisitarem, após “três anos e sete meses” de reclusão.
“Para já, vai ter que restabelecer os seus contactos, saber se poderá ou não continuará a desenvolver a atividade que tinha, consultoria, como e com quem e depois restabelecer a sua vida”, disse a advogada.
Vale e Azevedo cumpriu pena ao abrigo do processo de extradição que o trouxe de Inglaterra para Portugal. O cúmulo jurídico de 11 anos e meio foi fixado com base nas condenações nos processos Ovchinnikov, Euroárea, Dantas da Cunha e Ribafria, estando em causa crimes de burla e apropriação indevida de dinheiros, entre outros ilícitos económico-financeiros.
Permitida a extradição pelas autoridades britânicas, aceitou o mandado de detenção europeu emitido pelas autoridades judiciárias portuguesas, chegando a Lisboa a 12 de novembro de 2012, pois vivia na altura em Inglaterra.
A pena de 10 anos de prisão foi-lhe aplicada em 2013 por crimes praticados no âmbito das transferências dos futebolistas ingleses Scott Minto, Gary Charles, o marroquino Tahar e o brasileiro Amaral.
A advogada Luísa Cruz lembrou ainda que o antigo presidente do Benfica enfrenta ainda uma outra condenação de 10 anos de prisão, já transitada em julgado.
Falta agora a instância criminal de Lisboa pedir aos tribunais ingleses a “ampliação” da extradição que permitiu a detenção do antigo líder encarnado, ou seja, “tudo vai depender” agora da decisão dos tribunais.