Os especialistas defendem que, com o surgimento de várias variantes que se têm tornado dominantes, será necessário atualizar as vacinas contra a covid-19 para a altura do inverno.
Os peritos entendem que, no imediato, as atuais vacinas contra a covid-19 dão algum reforço defensivo contra a evolução grave da doença nos mais frágeis, mas de nada vão servir no próximo inverno.
“As vacinas estão no fim de vida. Já temos cinco variantes, várias linhagens, e já deveríamos ir na quinta vacina diferente. Mas o que temos é uma vacina para a variante ancestral, já com quase dois anos”, disse o pneumologista Filipe Froes, em declarações ao semanário Expresso.
“Estamos numa fase de transição, entre o fim da pandemia e o início da época epidémica, entre a vacina pandémica e a vacina sazonal, que terá de ser atualizada para as variantes em circulação, como se faz anualmente para a gripe”, acrescentou.
Para o especialista, “o atual reforço que está a ser dado tem a vantagem de aumentar a proteção durante três a quatro meses, mas a partir de outubro ou novembro tem de ser uma vacina nova”. “Esta já não vai servir para nada”, afirmou.
O investigador do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina de Lisboa, Miguel Castanho, lembrou ao mesmo jornal que “a Organização Mundial da Saúde e a autoridade de Saúde dos EUA, FDA, já manifestaram publicamente a posição de considerarem insustentável reforços de vacinação contínuos com a mesma vacina”.
“Quando tivermos vacinas atualizadas para as variantes dominantes, o reforço de vacinação terá pleno sentido”, disse, considerando que só fará sentido voltar a vacinar toda a população quando houver uma vacina de segunda geração que possa ter mais efeito na redução da transmissibilidade do vírus.
Coronavírus / Covid-19
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