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As vacinas de segunda geração contra a covid-19 estão a caminho. O objetivo? Bloquear a transmissão do vírus

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Rungroj Yongrit / EPA

Professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra afasta, para já, um cenário de novo confinamento como resposta ao aumento de casos, mas admite que Portugal siga os passos de alguns países europeus que readotaram medidas para controlar a transmissão do vírus, aquando da chegada das vacinas.

Numa altura em que as infeções de covid-19 atingem novos máximos na Europa — continente considerado pela Organização Mundial de Saúde o epicentro da pandemia —, uma nova arma para derrotar a crise sanitária que se iniciou em março de 2020 parece estar para chegar: as vacinas de segunda geração, cuja principal novidade é conseguirem bloquear a transmissão do vírus.

Para já, não há uma data concreta para a sua disponibilização, mas Manuel Santos Rosa, imunologista e professor catedrático da Faculdade de Medicina de Coimbra sugere que as novas doses deverão ser mesmo uma realidade no próximo ano, pelo que é necessário “ganhar mais algum tempo ao vírus“. No entender do especialista, só nessa altura, “poderemos respirar de alívio”.

“Sabemos que o inverno lhe é favorável [ao vírus] e desfavorável aos humanos e a ciência tem na calha a perspetiva de novas vacinas, uma segunda geração, à base de microespículas, como se fossem um selo adesivo, que poderão ser já bloqueantes à transmissão e eficazes no reforço da imunidade celular.”

De acordo com o especialista, estas vacinas estão já a ser desenvolvidas nos Estados Unidos da América e na Europa, nomeadamente na Alemanha e no Reino Unido, estando já numa fase adiantada de desenvolvimento.

Mesmo assim, Manuel Santos Rosa, em entrevista ao Diário de Notícias, não deixa de destacar que as atuais vacinas são “extremamente úteis“, sendo necessário usá-las “ao máximo“, já que constituem “a maior arma” que o mundo dispõe atualmente contra o vírus.

Para o imunulogista, é também urgente acabar com a ideia, dentro da sociedade, de que a vacinação nos dará “imunidade de grupo“. “Na minha opinião, este conceito é um equívoco que tem de ser desfeito. Já todos percebemos que as vacinas atuais não são totalmente eficazes a evitar a transmissão do vírus. Isto quer dizer que até poderíamos estar todos vacinados que, mesmo assim, uma percentagem continuaria a transmitir o vírus.”

Paralelamente, o médico considera “um erro o alívio de algumas medidas de proteção individuais”, dando o exemplo dos eventos sociais, como concertos ou jogos de futebol. Manuel Santos Rosa não considera, à luz dos números atuais, necessário implementar as mesmas regras que há meses vigoravam no país, até porque “a economia já sofreu bastante e ninguém quer que sofra mais”.

“As pessoas têm de viver. Ninguém quer também a redução no número de pessoas nos restaurantes ou nos outros locais, mas é preciso manter as regras de distanciamento e uma boa ventilação”, ressalvou. O especialista considera ainda credível a possibilidade de, a longo prazo, Portugal seguir o exemplo de alguns países europeus que ao longo desta semana determinaram a implementação de novos confinamentos, ainda que seletivos.

ZAP //

4 Comments

  1. Esperem a 3º , 4º , 5º geração

    É semelhante o culto dos Iphones, e até poderá ter pessoas que vão para a porta no dia anterior para a tomar..

    As mesmas pessoas que em vez de cortar o sal, tomam medicação, em vez de controlarem o que comem, fazem cirurgia de banda gástrica, em vez de treinar sonham com cirurgia plástica.

    Já eu e a minha família treinamo-nos suplementamo-nos e levamos uma vida saudável e nem este vírus nem nenhum outro de mortalidade moderada nos vão afetar. (e para os cultistas/alarmistas, Sim, já tivemos covid e Sem hospitalização)

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