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Uso prolongado de smartphones pode causar “epidemia” de ossos fracos nas crianças

As crianças que usam de forma prolongada smartphones ou tablets correm o risco de sofrer mais fraturas e de forma mais precoce na idade adulta. Este é o aviso de Dawn Skelton, especialista da National Osteoporosis Society do Reino Unido.

Skelton, professora da Universidade de Glasgow Caledonia, na Escócia, e especialista em saúde e envelhecimento, salienta que as crianças dos dias de hoje são muito mais sedentárias do que as das gerações anteriores, uma vez que fazem menos atividades físicas e passam mais tempo em frente aos ecrãs de dispositivos móveis.

Tendo em conta o estilo de vida sedentário, o sistema ósseo destas crianças pode tornar-se fraco, tornando-se mais propenso a fraturas que poderão ocorrer numa idade mais precoce do que é habitual, sustenta a professora em declarações ao britânico Daily Mail.

Para a especialista este é “um problema oculto” que pode transformar-se numa “epidemia”. Segundo sustenta, e caso os hábitos dos mais novos não forem alterados, grande parte destas crianças acabará com fraturas na região do quadril aos 40 e 50 anos, como consequência de osteoporose prematura.

“Os jovens precisam de mover-se e saltar para que os seus ossos cresçam de forma adequada, uma vez que a maior parte dos ossos forma-se até à puberdade (…) Depois dos 15 anos, o desenvolvimento dos ossos não é tão fácil e o seu crescimento diminui significativamente “, acrescenta a especialista.

A cientista frisar que, na idade adulta, o crescimento ósseo é muito mais lento. A título de exemplo Skelton observa que três ou quatro horas semanais de exercício físico aumentariam cerca 3% a massa óssea de um adulto, enquanto que a mesma carga física numa criança de 12 ou 13 anos seria equivalente a um crescimento na ordem dos 10%.

Os ossos desenvolvem-se através do exercício físico e do consumo de cálcio e vitamina D, tornando-se mais fortes quanto mais ativos forem, explica a cientista. Correr, saltar e escalar contribuem para o seu desenvolvimento.

Por tudo isto, a especialista aconselha os pais  a restringir o uso de dispositivos eletrónicos e a impor pausas às suas crianças a cada hora de utilização. Esta hora poderia ser dedicada à prática de um qualquer desporto, ou a outra qualquer atividade ao ar livre.

“É importante incentivar as crianças a serem tão ativas quanto possível até à adolescência, que é [a altura] em que formam o esqueleto que terão para o resto das suas vidas”, enfatiza Dawn Skelton.

Um estudo anterior, datado de 2016 e publicado Journal of Bone and Mineral Research, dava já conta que ver passar horas a fio sentado a ver televisão poderia ser altamente prejudicial para as crianças, não apenas para a visão como também para os seus ossos.

ZAP //

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