Urgências hospitalares com níveis de procura semelhantes ao pré-pandemia

Patricia de Melo Moreira / AFP

Maio foi, até ao presente, o mês mais crítico, com um registo de 657 278 episódios de urgências.

Ao contrário do que se verificava anteriormente, já não é no inverno que as urgências hospitalares registam níveis mais elevados de procura. De facto, entre janeiro e julho deste ano, verificou-se uma subida de 31% face ao mesmo período de 2021, o que corresponde a cerca de mais 2300 atendimentos diários. No entanto, 40% destes quadros clínicos não apresentam necessidade clínica urgente, o que contribui para a criação de cenários de saturação e dificuldade de resposta.

Estes números estão próximos dos registados no pré-pandemia, mas é de destacar o atual contexto de falta de profissionais nas urgências, assim como o cada vez menor número de médicos internos disponíveis para trabalhar horas extra para além das 150 horas previstas anualmente. Se em 2019, nos primeiros sete meses do ano, foram registadas 3,69 milhões de ocorrências, no presente ano, no mesmo período, o valor já vai em 3,56 milhões.

Um dado curioso, destacado pela edição de hoje do Jornal de Notícias, tem que ver com o período específico da procura: maio foi, até ao presente, o mês mais crítico, com um registo de 657 278 episódios de urgência, seguindo-se março, com mais de 567 mil casos.

Prova da não gravidade dos casos que chegaram às urgências hospitalares é o facto de a 44% terem sido atribuídas pulseiras verdes, azuis e brancas. Ou seja, quase metade dos doentes poderiam ter sido atendidos num nível de cuidados menos diferenciados, nomeadamente nos centros de saúde. Este é um problema que o Governo tentou adereçar no final de julho, quando a Administração Central do Sistema de Saúde apelou aos hospitais que criassem uma espécie de “via verde” para doentes não urgentes.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.