O recinto da Exponor, em Leça da Palmeira, está repleto de famílias que se debruçam sobre cidades, invasões de castelos medievais ou planetas distantes, todos edificados a partir de pequenas peças de Lego.
Em exposição até 8 de Dezembro, a mostra conta com vários recintos em que monumentos, como o Taj Mahal, são replicados em Lego, mas em que também esculturas de personagens de ficção científica ou tradicionais cenas quotidianas e citadinas ganham vida com recurso a Legos conjugados em circuitos electrónicos ou com programação digital.
Perante uma cidade com perto de cinco metros quadrados, em que não faltam comboios, feira popular ou carros eléctricos, Nuno Carvaca, professor de educação física, explicou à Lusa que cada um dos cerca de 20 edifícios do pequeno mundo que ajudou a edificar pode ter “mais de duas mil peças”.
Com uma etiqueta de identificação em que se pode ler “Dark Age 1982-2009”, o docente de educação física pretende aludir à idade das trevas por que qualquer aficionado adulto do brinquedo Lego teve que passar e que começa normalmente na adolescência.
“É o período em que não brinquei com Lego”, recordou Nuno Carvaca, “com a chegada da adolescência e outros interesses. Em 2009, já adulto, tive contacto com outros que tinham esta paixão e a partir daí tenho tido actividade contínua dentro deste ‘hobby’ da construção”, explicou.
Nuno Carvaca tem uma filha de dez anos e, enquanto admite que está a reviver a infância através dela, frisa que “o Lego dela é separado.”
“Ela diz que eu não brinco com o Lego, mas eu acho que sim”, disse à Lusa, salientando o cariz didáctico do brinquedo que atravessa várias gerações pela capacidade de desenvolver “questões como a orientação espacial, a capacidade de abstracção, a parte da geometria e até a parte da matemática, que obriga a contar peças para as construções”, para além da “parte lúdica que estimula a imaginação”.
Também para António Couto, acompanhado pelo filho Pedro, com 11 anos, é o estímulo à “imaginação, à criatividade”, mas também “a liberdade que os miúdos têm para construir e voltar a fazer e alterar” que o leva a juntar-se ao filho enquanto adepto das criações pessoais e minuciosas que o brinquedo permite.
Também com 11 anos de idade, Sérgio resumiu à Lusa o que o levou a ser fã de Lego: “O que penso é o que construo”, sentenciou, perante um visível orgulho do pai.
Estas arquitecturas de milhões de blocos podem ser visitadas no recinto da Exponor, em Leça da Palmeira, entre as 10h00 e 19h00.
/Lusa