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Um morto e mais de cem feridos em “Dia de Raiva” na Palestina

As autoridades de Saúde palestinianas reviram hoje em baixa o número de palestinianos mortos nos confrontos com forças israelitas em Jerusalém, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, de dois para um, mantendo o balanço de cem feridos.

O Ministério da Saúde palestiniano tinha dado conta, ao longo da tarde de hoje, de dois mortos palestinianos nos confrontos com militares israelitas, mas depois corrigiu a informação que tinha prestado e fala apenas em um morto.

O porta-voz do ministério, Ashraf al Qedra, anunciou a morte de Mahmud al Masri, de 30 anos, da cidade de Khan Yunes, na Faixa de Gaza, devido a ferimentos de bala. Minutos mais tarde foi dada a informação de um segundo morto, devido a um ferimento na cabeça.

Ashraf al Qedra esclareceu posteriormente que o segundo homem chegou a sofrer uma paragem cardíaca, mas que os médicos conseguiram reanimá-lo.

Os protestos na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém, no âmbito do Dia da Ira – contra a decisão dos EUA de reconhecerem Jerusalém como capital de Israel – fizeram também mais de uma centena de feridos.

Ainda assim, de acordo com os jornalistas da agência espanhola EFE presentes no local, o Dia da Ira decorreu com relativa calma na cidade de Jerusalém.

Após as orações do meio-dia de hoje (sexta-feira, o principal dia da semana religiosa muçulmana), vários grupos de jovens na Cisjordânia e em Gaza dirigiram-se aos postos de controlo militares israelitas e lançaram pedras e cocktails molotov contra os soldados.

Os militares israelitas responderam a tiro, com balas de borracha, fogo real (segundo testemunhas) e usando material anti-distúrbios.

“Ocorreram protestos violentos em cerca de 30 localidades na Judeia, Cisjordânia e na Faixa de Gaza”, confirmou o Exército de Israel em comunicado. Na mesma nota, precisou que na Cisjordânia manifestaram-se violentamente cerca de 3 mil pessoas, que queimaram pneus e lançaram bombas incendiárias e pedras contra as forças de segurança.

Abedin Taherkenareh / EPA

Iranianos queimam bandeiras dos EUA e de Israel em protestos de apoio à Palestina

Os principais confrontos na Cisjordânia ocorreram em Hebron, nos arredores de Belém, em Beit Umar, Al Aroub, Tulkarem e Qalandia, o principal posto de controlo entre Jerusalém e Ramalah, confirmou o Exército. O balanço do exército fala em dez feridos e seis detidos.

O Crescente Vermelho (equivalente à Cruz Vermelha) contabilizou, no entanto, 52 feridos por balas de borracha em Jerusalém e Cisjordânia, bem como quatro feridos com pancadas e 178 assistidos devido à inalação de gás lacrimogéneo.

Em Gaza, o Exército deu conta de confrontos em seis pontos da Faixa. O porta-voz Ashraf al Qedra confirmou ainda 60 feridos, todos devido a munição real, dois dos quais de “gravidade extrema”.

Na cidade protagonista do conflito, Jerusalém, verificaram-se poucos incidentes.

“O imã apelou à calma, disse que este é um local de oração, sagrado. Ainda que sintamos dor nos nossos corações por aquilo que fez Trump, não vamos organizar protestos aqui. Convidamos o mundo a juntar-se a Jerusalém, que é uma zona árabe, palestiniana e muçulmana”, relatou à EFE Abu Salahedín, após a oração na mesquita de Al Aqsa.

Depois da oração principal na Esplanada das Mesquitas, as ruas da Cidade Velha ficaram meio desertas e em calma, bem como os bairros adjacentes. Registou-se um confronto breve entre dezenas de palestinianos e polícia, que resultou apenas em montras partidas, segundo a agência AP.

// Lusa

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