Um dos homens que atacou a igreja de Saint-Etienne de Rouvray, no norte de França, já tinha sido acusado e detido por ligações terroristas, tendo sido libertado sob fiança, afirmou o Procurador responsável pelo processo.
O suspeito, identificado como Adel Kermiche, tinha 19 anos, era conhecido pela polícia antiterrorismo francesa e foi preso duas vezes no ano passado.
Depois de ser libertado, teve de usar pulseira eletrónica para que a polícia o pudesse localizar a qualquer momento. Terá tentado por duas vezes viajar para a Síria, em 2015.
Relativamente ao segundo detido, sabe-se apenas que era menor de idade e que seria irmão de um outro homem que tem mandado de detenção por ter fugido para a Síria com o passaporte de Kermiche.
O ataque na igreja da Normandia aconteceu na manhã desta terça-feira, tendo sido sequestradas cinco pessoas, entre eles um padre, duas freiras e fiéis que estavam a assistir a uma missa.
Segundo o relato do procurador, uma das freiras que estava no local conseguiu fugir e alertar as autoridades para o que estava a acontecer.
O padre, Jacques Hamel, de 86 anos, foi degolado pelos terroristas, que o obrigaram a ajoelhar-se enquanto davam um sermão em árabe.
Os dois atacantes disseram agir em nome do Estado Islâmico e terão gritado “Allah Akbar” (“Alá é grande” em árabe) quando foram confrontados pela polícia.
Ambos estavam armados com facas e tinham falsos engenhos explosivos. Acabaram por ser abatidos pela polícia.
Pouco depois do fim do sequestro, o presidente François Hollande deu uma conferência de imprensa, na qual afirmou tratar-se de um ato terrorista. O grupo terrorista reivindicou o ataque logo a seguir.
O chefe de Estado apelou para que o país fique “unido” e alertou para o facto desta luta contra o terrorismo “ainda ser longa”, cita a BBC.
“A nossa democracia é o alvo, mas também vai ser o nosso escudo. Temos de ficar juntos. Vamos ganhar esta guerra”, afirmou.
Esta quarta-feira, os líderes religiosos franceses estiveram reunidos num encontro com o presidente francês.
Os representantes católico, muçulmano, judeu e budista apelaram para que os locais de cultos sejam “alvo de uma maior atenção” por parte das autoridades.
ZAP / Lusa / BBC