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Um cargueiro de madeira vai cruzar os oceanos sem combustíveis fósseis

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A corrida para a descarbonização dos transportes já começou. Uma empresa costa-riquenha acredita que pode tornar realidade o transporte marítimo sem emissões de carbono.

Embora cada vez haja mais veículos elétricos (VE) e este aumento represente o esforço mais visível aos olhos do público, os fabricantes de automóveis estão longe de estar sozinhos nos seus planos de trazer para o mercado opções de transporte com baixas ou nulas emissões de carbono.

Segundo a Interesting Engineering, a aviação, por exemplo, há muito que é vista como uma indústria particularmente desafiante para a descarbonização, uma vez que a tecnologia atual de baterias é demasiado pesada e não é suficientemente densa em energia para satisfazer as necessidades dos aviões que as necessitam.

Mesmo assim, algumas empresas estão perto de conseguir voos sustentáveis, como é o caso da Airbus, que já realizou um voo com combustível SAF 100% sustentável, derivado principalmente de óleo de cozinha e outras gorduras residuais.

A indústria naval global é outra parte do panorama de emissões no transporte, e é bastante grande. Cerca de 11 mil milhões de toneladas de mercadorias são transportadas por navio todos os anos, o que corresponde aproximadamente a 1,4 toneladas por pessoa no planeta Terra.

A industria naval constitui a base de grande parte da economia global moderna, mas ouvimos relativamente pouco sobre os esforços para a descarbonização.

Agora, a ambiciosa empresa costa-riquenha SailCargo INC, tem o objetivo de tornar a navegação livre de emissões uma realidade através da construção de uma frota de navios amigos do ambiente que se ocupam das mais flagrantes ofensas ambientais que assolam a indústria.

A empresa está atualmente a construir a sua principal embarcação, o Ceiba, a partir de madeira de origem local nas selvas de Punta Morales, na Costa Rica, e espera que em ano e meio o navio seja lançado à água e esteja a fazer carregamentos de café, cacau, e outros produtos naturais de valor acrescentado, viajando entre vários pontos na América do Norte e nas Caraíbas.

A fundadora e CEO da SailCargo, Danielle Doggett, é uma das pessoas-chave a lançar vento para as velas da empresa. Doggett acredita que, ao demonstrar a exequibilidade da navegação sem emissões, a SailCargo poderá inspirar outras empresas a ajudar a formar elos ambientalmente sustentáveis, financeiramente rentáveis e socialmente conscientes na cadeia de comércio global.

“A nossa missão é provar o valor de uma navegação limpa, provar que é financeiramente viável, e que os clientes e consumidores vão alinhar-se para este serviço”, diz Danielle Dogget.

O Ceiba será o maior navio de carga do mundo livre de emissões, e será capaz de transportar até 10 contentores de 6 metros.

Inês Costa Macedo, ZAP //

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