Ucranianos obrigados a viver na Rússia: “Quando um homem armado nos manda ir…”

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Governo ucraniano considera que tem havido inúmeras deportações de cidadãos da Ucrânia, que só têm autorização para sair do país se forem para a Rússia.

Desde que a guerra começou, há muitos ucranianos que, ao deixarem o seu país, só conseguem emigrar para a Rússia.

Quando chegam aos postos de controlo, controlados por militares russos, estes só autorizam a saída dos ucranianos, caso sigam para a Rússia.

O Governo da Ucrânia acusa os russos de “transferências ilegais” de mais de um milhão de ucranianos para a Rússia e considera que estes movimentos são deportações de compatriotas.

O lado russo reagiu entretanto e disse que, de facto, cerca de um milhão de ucranianos mudaram-se, ou para a Rússia, ou para zonas na Ucrânia controladas por forças russas. Mas isso aconteceu para “evacuar” pessoas e retirá-las de “zonas perigosas”.

A Agence France-Presse cruzou-se com o caso de Tetyana, que saiu de Mariupol e não teve outro destino: “Ficámos em choque. Não queríamos ir para a Rússia”.

Como é que queres ir para um país que te quer matar?”, questionou a ucraniana, que entretanto conseguiu mudar-se para a Letónia.

Também de Mariupol fugiu Svitlana, que recebeu ordens por parte de soldados russos: tinha que ir para uma zona da cidade que estava totalmente controlada pela Rússia.

A ucraniana nem tentou contrariar: “Quando um homem armado te diz aquilo, a verdade é que não podes dizer que não”.

Svitlana foi mais tarde para Starobesheve, onde o cenário era um centro comunitário sobrelotado, com pessoas a dormir no chão: “O pior era o cheiro dos pés sujos, corpos sujos. Esse cheiro ficava nas nossas coisas, mesmo depois de lavá-las muitas vezes”.

Seguiram-se interrogatórios (sobre eventuais familiares no exército ucraniano, por exemplo) e análises ao pormenor – aos telemóveis e até aos corpos dos homens, que tiveram de ficar nus para os russos confirmarem que não havia tatuagens de patriotismo e feridas de guerra.

Ivan Druz tem outro relato para contar, também de Starobesheve: “Perguntaram-me porque escrevi em ucraniano num chat com uma tia. Queriam confirmar que não sou nazi”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

17 Comments

  1. Tanto a Tetyana, como a Svitlana, mostram que são mal agradecidas e provam o contrário daquilo que querem fazer acreditar…

    Se fossem realmente deportações forçadas e os Russos fossem os monstros que tantos retratam, então nem uma nem outra poderiam ter contado as suas histórias! Uma deixaram-na sair para a Letónia, a outra, aparentemente não saiu de zona controlada pelos Russos, e mesmo assim pode falar abertamente à imprensa estrangeira!

    Caso fossem prisioneiros ou não tivessem sido evacuados por razões efectivamente humanitárias tal nunca lhes teria sido permitido!! Quantos russófonos e apoiantes da liberdade e autonomia da região de Donesk e Lugansk tiveram a possibilidade, por parte da Ucrânia, de se expressar??

    Anda tudo cego pela única e artificialmente rutilante versão da verdade, apresentada pela Ucrâia e pelos países com interesse em fomentar o conflito…

      • É moda que os nazis chamam nazi aos não-nazis. Russos não sairam do passado e são ursos mal-lambidos

    • Os russos invadiram e atacaram uma nação independente e soberana e suposta “mal agradecidas” vem defender o agressor e atacar a vítima, a Ucrânia. Deve ser do partido Comunista e recebe uma subvenção dos russos para vir às redes sociais dizer mentiras.

    • Atenção. Por ordem, é assim:
      Primeiro, um país é atacado por um vizinho super-poderoso determinado em o destruir.
      Segundo, o país atacado pede ajuda à comunidade internacional para se defender.
      Terceiro, diversos países respondem ao pedido e ajudam o agredido através duma variedade de formas.
      E agora, pasmem…
      Quarto, aparecem comentadores a dizer que estes países que responderam ao pedido de ajuda estão interessados em… fomentar o conflito.
      Fomentar o conflito!!!!!
      A sério?!??

  2. Isto é a “democracia Putiniana”, que o Jerónimo e gangue, quer cá implantar. E que o Cunhal, por pouco, não conseguiu!

      • Não tem nada a ver, a Russia é uma autocracia governada por oligarcas capitalistas e por isso ninguém entende por que o Partido Comunista português está do lado da Russia e contra a Ucrânia. Será que recebem subvenções do Kremlin?

      • Há um video do Putin a dizer num programa televisivo tipo tardes da Yulia que a maior tragédia a que assistiu foi o fim da USSR. Se isso não responde à pergunta…

      • A URSS e o comunismo são duas realidades distintas. A primeira é um espaço social e político, o segundo é um sistema político. Pode haver o espaço com um outro sistema, e calculo que Putin lamentava o fim do espaço político e não o fim do sistema. Mas há pessoas que preferem fingir que não percebem…

      • Precisamente.
        Aliás, a figura histórica que Putin admira é Pedro, o Grande, e não tanto Estaline, Lenine ou outro comunista, e obviamente Pedro não era comunista.
        De resto, admirar Pedro parece-me uma coisa positiva para um Russo, principalmente nas facetas de modernizador, meritocrata e amante do conhecimento.
        O resto é que…

  3. J.Galvao

    Estimados fofinhos, deveriam todos preocupar-se com a PAZ, tanto naquele território UCRANIA, como em muitos outros locais do mundo, onde os POVOS até são serenos mas são envolvidos em guerras desnecessárias, concordo.

    As vossas palavras nem sempre refletem o vosso espirito, vocês comem um Kilo (de coisas misturadas, confecionadas) por dia de alimentos, consome líquidos sem limite e nem reparam que para alem daquele povo, é produzido muito alimento e combustível por povos diferentes, nomeadamente pelos Portugueses, embora a reforma agraria tenha sofrido uma derrota ganha pelos latifundiários que apareceram como vampiros a chupar o tutano ao Povo e não só do nosso Povo ate não sobrar nada, e la tivemos que portar-nos como cordeirinhos, depois foram explorar outras raças provocando revoltas e de seguida sempre disponíveis para reconstruir tudo o que podem e nós Povo a pagar.

    Em BRUXELAS ja se começa a guerrear quem vai reconstruir o destruído, vamos acompanhar os próximos capítulos.

    E hoje pagamos 500% mais e os fofinhos não se preocupam ???.

    Um abraço FUFINHO e preocupem-se.

    Vamos la FOFINHOS procurem PAZ..

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