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Ucraniana vence russa num Mundial. Foi desclassificada por recusar um aperto de mão

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A esgrimista ucraniana Olga Kharlan foi desclassificada do Campeonato Mundial de Esgrima, após recusar apertar a mão da adversária russa, Anna Smirnova, que tinha acabado de derrotar.

A tetracampeã olímpica Olga Kharlan, primeira esgrimista ucraniana a enfrentar uma russa em quase um ano e meio, foi esta quinta-feira desclassificada do Mundial da modalidade, depois de derrotar Anna Smirnova, por se ter recusado a apertar a mão da sua adversária.

Após o fim do duelo, quando Smirnova se preparava para cumprimentar Kharlan, esta ofereceu-lhe uma saudação com o sabre — que a russa recusou, conforme se pode ver no vídeo acima.

Eu só não queria apertar-lhe a mão, estava convencida de que podia fazê-lo. Ofereci-lhe uma saudação com o sabre, mas ela não quis. Então o árbitro e alguém da direção do torneio disseram-me para sair”, explicou a ucraniana, um dos grandes nomes da esgrima mundial

De acordo com as regras da Federação Internacional de Esgrima, recusar cumprimentar um adversário resulta em desqualificação. Kharlan venceu Smirnova por 15-7, mas quem passou à eliminatória seguinte da prova feminina de sabre foi a búlgara Yoana Ilieva.

Segundo a agência AFP, a decisão gerou polémica, tendo sido classificada como “absolutamente escandalosa” por Mikhailo Podoliak, conselheiro do presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

Kharlan tinha aceitado competir contra Smirnova, com a aprovação das autoridades desportivas ucranianas terem proibido os seus atletas de competir em torneios onde participassem russos ou bielorrussos.

Contudo, o Ministério do Desporto da Ucrânia interveio, permitindo que os atletas ucranianos competissem contra quem representasse a Federação Russa ou a República da Bielorrússia sob bandeira neutra — uma medida tomada em concordância com uma recomendação do Comité Olímpico Internacional.

A presença da Ucrânia nos Jogos Olímpicos de Paris está em dúvida, devido à ausência de atletas ucranianos em várias competições de qualificação. Uma recente mudança nas regras pode afastar parcialmente esta ameaça, mas a Ucrânia ainda aguarda decisão oficial sobre a participação de russos e bielorrussos.

Após a invasão russa da Ucrânia em 2022, os atletas ucranianos deixaram de enfrentar russos e bielorrussos, com exceção do ténis.

Recentemente, no torneio de ténis de Wimbledon, a ucraniana Elina Svitolina não cumprimentou a bielorrussa Victoria Azarenka depois de um jogo entre ambas. Porque mantém a sua postura de sempre: não vai apertar a mão de tenistas russas ou bielorrussas enquanto a guerra na Ucrânia continuar.

Ainda antes, em Roland Garros, Svitolina tinha feito o mesmo em três jogos, nos quais não cumprimentou adversárias da Rússia e bielorrussa — tendo mesmo sidoi assobiada pelo público no último caso, após um duelo com a bielorrussa Aryna Sabalenka, que manifestou publicamente a sua oposição à guerra na Ucrânia.

“Estou muito orgulhosa dos nossos tenistas e imagino-me no seu lugar, a enfrentar pessoas cujo país bombardeia e mata os nossos compatriotas”, disse Kharlan à AFP há algumas semanas. Na altura, a esgrimista manifestou-se disponível para enfrentar atletas russas ou bielorrussas.

ZAP //

10 Comments

  1. Sou contra a Guerra na Ucrânia mas pior é usarem o desporto em prol da Guerra, eu também não gosto do meu primeiro Ministro nem do Presidente da Republica , agora que culpa tenho eu ou outros Portugueses como eu das atitudes dos Governantes? Certamente haverá muitos Russos que não gostam do PUTIN mas são Russos, agora uma pessoa é criminosa por nascer num Pais onde um Lunatico quer Guerra?
    Que Culpa tem a Seleção Russa e os atletas de terem um Presidente Lunatico?Nem no tempo da II Guerra Mundial a Alemanha deixou de jogar contra as Seleções da França ou Inglaterra.

  2. O ódio nunca foi uma coisa bonita de se ver. Que culpa tem um qualquer cidadão russo das ações dos governantes do seu país? Eu nasci em 1942, seria eu culpado das políticas do Estado Novo?…

  3. Segundo o mm a culpa de a guerra não acabar não é do invasor…mas sim do invadido… Está boa, essa. Que mania que esta gente tem que não morre e não aceita ficar com o país tomado por criminosos. Só pode ser uma qualquer tara dos Ucranianos.

  4. Numa competição , o fair play é o pilar fundamental da ética desportiva . Neste caso (que não é único na historia desportiva en geral) , en razão do conflito entre ambos Países não é de admirar ” sem caucionar ” tal comportamento !

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