Inédito. Turquia, Estado-membro da NATO, pede para aderir aos BRICS

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Aleksey Nikolskyi / Sputnik / Kremlin / EPA

O presidente da Rússia Vladimir Putin aperta a mão ao homólogo da Turquia Recep Tayyip Erdogan

Grupo de países emergentes é liderado pela Rússia. Falta de progressos no processo de adesão à União Europeia e laços estabelecidos com o Kremlin justificam decisão de Erdogan. Pedido oficial está em curso.

O Governo turco já deu passos para aderir ao bloco de países emergentes BRICS, segundo um porta-voz do partido do Presidente Recep Tayyip Erdogan, confirmando hoje o “processo curso”.

“O nosso pedido sobre esta questão é claro”, declarou à imprensa o porta-voz do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), Omer Celik, sem avançar pormenores sobre a aproximação, mas prometeu que o governo informaria publicamente sobre eventuais desenvolvimentos.

O grupo dos BRICS foi inicialmente formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, aos quais se juntaram no início do ano o Irão, os Emirados Árabes Unidos, o Egito, a Etiópia e a Arábia Saudita.

No caso de adesão aos BRICS, a Turquia seria o único país da NATO a fazê-lo.

UE é contra

A União Europeia (UE) não concorda com este processo e através de um porta-voz, Peter Stano, notou que os BRICS têm objetivos “totalmente diferentes” dos comunitários.

Fontes consultadas pela Bloomberg, as autoridades turcas apresentaram a candidatura há meses devido à falta de progressos no processo de adesão à União Europeia — a Turquia é um país candidato à UE desde 2006 — e devido aos laços estabelecidos com a Rússia após o início da invasão da Ucrânia em 2022.

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou esta quarta-feira que espera pelo seu homólogo chinês, Xi Jinping, na cimeira do bloco dos BRICS que se realizará de 22 a 24 de outubro.

Os membros do BRICS representam mais de 42% da população mundial e respondem por quase um quarto do produto interno bruto (PIB) global e 18% do comércio.

O agrupamento é saudado por alguns como um contrapeso aos fóruns e instituições económicas e políticas ocidentais, como o G7 e o Banco Mundial, que acreditam que o bloco poderia usar a sua influência política e poder económico para incentivar reformas muito necessárias em instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, representando as realidades de um mundo mais multipolar.

ZAP // Lusa

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