Turquemenistão: o país que proíbe barbas e carros pretos tem regras mais duras que a Coreia do Norte

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Wikimedia Commons

Gurbanguly Berdimuhamedow, o “querido líder” do Turquemenistão

Um dos piores regimes do mundo escapa ao olho menos atento. Mas o Turquemenistão aprendeu muito com a antiga União Soviética, e aprimorou a ditadura ao seu estilo: cavalo, melões, e um ditador sem barba.

Não está na lista de países a visitar de muita gente, não se destaca internacionalmente, pouco ouvimos falar dele. Mas o Turquemenistão é uma ditadura silenciosa.

Pouco sabemos sobre este país da Ásia Central, mas, segundo a Business Insider, este país, que já fez parte da União Soviética, tem regras para os seus 7.4 milhões de habitantes mais restritas do que a Coreia do Norte.

A Human Rights Watch chama-lhe “um dos países mais isolados e governados de forma opressiva do mundo“, onde “todos os aspetos da vida pública são controlados pelo presidente Berdymukhamedov”.

As eleições no Turquemenistão são apenas uma formalidade — é comum o presidente vencer eleições com 97% dos votos. Berdymukhamedov, o líder, promove um culto de personalidade semelhante ao que conhecemos com Kim Jong-Un, com enormes estátuas e monumentos em sua honra (muitas vezes banhados a ouro) espalhados pela capital, Ashgabat.

O presidente do país foi, até à sua morte em 2006, Saparmurat Niyazov, que escreveu um livro intitulado Ruhnama, que tinha de obrigatoriamente estar presente em todos os edifícios institucionais, desde escolas a bibliotecas ou mesquitas — o país é 93% muçulmano —, e deve ser recitado pelos cidadãos diariamente.

Niyazov, que entre outras excentricidades trocou o nome do mês de janeiro por Niyazov, chegou mesmo a lançar o livro para o Espaço em agosto de 2005. Diz-se que vai orbitar o planeta durante os próximos 150 anos.

Entre algumas curiosidades que poderiam destacar turisticamente o Turquemenistão, não fosse o limite de entrada de estrangeiros alguns milhares por ano, conta-se o facto de a sua capital ser reconhecida pelo Guinness como a cidade com mais edifícios revestidos a mármore branco no mundo, ou a sua famosa “Porta do Inferno”, um vulcão que arde há 50 anos.

No país, estão proibidos também alguns hábitos que acharíamos comuns em qualquer outro país do mundo: usar barbas não é permitido até aos 70 anos, tal como cabelo comprido, e que tiver um carro preto (ou sujo) está também proibido de entrar na capital, onde existem inclusivamente várias estações de lavagem de carros nos arredores.

E os seus feriados nacionais também são curiosos: existe um dedicado a cavalos, e outro a melões — sim, no Dia Nacional do Melão comem-se estas frutas típicas do país, segundo conta o Times of India.

Mas não se iluda quem pense que a comida é abundante. “Não há comida suficiente nas lojas estatais, por isso todas as manhãs as pessoas fazem filas durante horas para comprar bens essenciais como farinha, pão ou açúcar”, conta o autor de um site sobre o país à CNN.

E, se escolher este país como destino de sonho, vai deparar-se com muitas restrições, mesmo que lá consiga entrar. “Pude andar com mais liberdade do que na Coreia do Norte, mas era muito evidente que estava a ser vigiado“, conta um turista.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

6 Comments

      • Sabes a diferença entre um estado islâmico e um estado muçulmano? Eu não sei a diferença, para mim é o mesmo que meter os dedos num pote doce e dizer que um dedo cheira diferente. Dou-te razão se encontrares um país muçulmano a condenar um governo como Talibans ou criticarem o Estado Islâmico ou Al-Qaeda ou Hamas ou Boko Haram…. Se não sabes nenhum destes grupos está a fazer uma única coisa contra o Quran ou que se espera de um bom muçulmano. Vai lá ler um livro sobre Sharia, sabes aquilo que os “pacíficos” muçulmanos na Europa pedem para o continente Europeu.

      • Muçulmano = seguidor do Islão (para pessoas). Islâmico = relacionado ao Islão (para objetos, cultura, leis, etc.).
        Portanto, dizemos “um líder muçulmano” (pessoa), mas “um país islâmico” (que segue princípios do Islão)

        • Tal não existe, qualquer negação é punível com pena capital por ser considerado apostasia . É uma forma que uso para ganhar debates a eles. No momento que negam que não acreditam em algo ou pratica, eu lhes chamo de infiéis e não são muçulmanos. Islão é 20% religião e 80% um sistema de governo fascista de extrema direita que os de Esquerda europeia adora. Nenhum muçulmano se identifica com o país que nasceu, ele é apenas muçulmano, o Abdol “o escravo” do Allah e o seu mensageiro. Que tecnicamente é o deus dos muçulmanos (Maomé)

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