Tubarões-brancos podem mudar de cor para se camuflarem das suas presas

Os tubarões-brancos podem ter mais uma arma para o seu arsenal, além dos seus 300 dentes serrados: camuflagem.

O tubarão-branco é um dos maiores predadores dos oceanos, apenas superado pela orca. Notáveis pelo seu tamanho, alguns podem crescer até a 6,1 metros de comprimento e mais de 2.200 quilos de peso.

Apesar de ser uma criatura enorme e incontornável, ainda há muito por desvendar em relação ao tubarão-branco. Por exemplo, um novo estudo sugere que estes animais podem mudar de cor – talvez como uma estratégia de camuflagem para se aproximar das presas.

Os investigadores chegaram esta conclusão através da uma experiência em alto mar inteligentemente criada para o efeito.

Para tal, os cientistas amarraram carne de foca a um barco para atrair vários tubarões a saltar da água perto de um quadro com painéis brancos, cinza e pretos. A equipa fotografou os tubarões cada vez que saltavam, repetindo a experiência ao longo do dia, explica a National Geographic.

Os investigadores depararam-se com algo curioso: o mesmo tubarão foi visto com uma tonalidade cinza escura e outra cinza clara em diferentes momentos do dia. E não, a luz solar e as configurações da câmara nada tinham a ver.

Os biólogos recolheram depois uma amostra do tubarão, analisando-a mais tarde em laboratório. Os autores observaram com admiração que os melanócitos do tubarão-branco contraíram-se e ficaram mais claros quando mergulhados em adrenalina.

Em sentido contrário, outra hormona, conhecida como hormona estimulante de melanócitos, fez com que as mesmas células se dispersassem, resultando numa cor de pele mais escura.

“Queríamos enganar essas células de tubarão para pensar que estavam a receber algum tipo de estímulo, como o Sol ou um estímulo emocional para ver se poderíamos fazê-las mudar e tornarem-se mais claras ou mais escuras”, disse Gibbs Kuguru.

No entanto, esta foi uma amostra única e Gibbs Kuguru e companhia não querem extrapolar os resultados.

“Precisamos de fazer isto clinicamente”, disse Kuguru à Newsweek. “Eu diria que, com base no que já vimos, não precisaríamos de muito mais indivíduos para concluir as análises. Entre 5 e 15 para um conjunto de amostras inteiro”.

As descobertas fazem parte de um documentário da National Geographic para a SharkFest, disponível no canal e na Disney+. Por enquanto, ainda não há um estudo científica revisto por pares.

Daniel Costa, ZAP //

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