Viktor Orbán é recebido esta segunda-feira na Casa Branca. Depois de vários anos a ser ignorado pela administração Obama, o primeiro-ministro húngaro consegue a aceitação norte-americana.
Esta segunda-feira, os dois populistas que tentar restringir a entrada de imigrantes nos respetivos países vão reunir-se na Casa Branca. Donald Trump e Viktor Orbán defendem a construção de muros e a instalação de arame farpado para travar a imigração ilegal, uma amizade com muitos pontos em comum.
Ambos os líderes apontam o dedos aos imigrantes ilegais por muitos dos males que existem quer nos Estados Unidos, quer na Hungria. Enquanto que Trump afirma que os que entram pelo sul do país sem documentos são animais, membros de gangues e terroristas; Orbán afirma que os refugiados são invasores muçulmanos e classifica os migrantes como um veneno de que o seu país não precisa.
Além destas afinidades, Trump e Orbán partilham também uma aversão a uma imprensa livre e independente, e à União Europeia (UE). Na Hungria, as medidas do primeiro-ministro para consolidar o controlo da justiça no país causaram divergências com a União Europeia. O Fidesz, partido no poder, foi suspenso em março do PPE.
Também Donald Trump tem várias divergências com a Europa, principalmente no que diz respeito ao comércio.
Segundo a TSF, a amizade entre os dois líderes já é antiga e surgiu antes de o Presidente norte-americano ter sido eleito. Em 2016, Orbán elogiou Trump, sublinhando que as políticas de segurança que ele tinha apresentado para combater a imigração ilegal deviam ser adotadas pelos países europeus.
Além disso, o agora primeiro-ministro húngaro elogiou o anúncio do fim do multilateralismo. Logo após assumir funções, a administração Trump retribuiu, convidando Viktor Orbán para visitar Washington.
Os ativistas dos Direitos Humanos não olham com bons olhos para a possível aliança política entre os dois líderes. Em setembro de 2016, Zeid Ra’ad al-Hussein, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, criticou duramente Trump e os políticos europeus de extrema-direita por criarem uma atmosfera de ódio, suscetível de causar violência.
Na reunião desta segunda-feira, que terá lugar na Casa Branca, Trump e Orbán vão discutir formas de aprofundar a cooperação em áreas como o comércio, energia e segurança. Recentemente, a Hungria revelou que está interessada em concluir um acordo de armas com os EUA, e Trump quer diversificar os mercados onde se vendem munições norte-americanas.