O Presidente dos Estados Unidos disse esta terça-feira que gostaria de ver o país voltar à normalidade, com igrejas “cheias a transbordar”, até 12 de abril, domingo de Páscoa, apesar de os especialistas apontarem para depois.
“Gostaria de ter o país aberto e em funcionamento para a Páscoa”, disse Donald Trump, em entrevista à cadeia Fox News, numa altura em que 44 mil norte-americanos estão infetados com o novo coronavírus (covid-19) e 544 morreram.
“Isto tem sido muito doloroso para o nosso país e desestabilizou-nos muito. Temos de voltar ao trabalho”, acrescentou o Presidente norte-americano.
A 19 dias do domingo de Páscoa e numa altura em que muitos estados acabam de impor uma quarentena aos seus habitantes para conter a propagação a pandemia da covid-19, Trump insistiu que é preciso reativar a economia.
“Na minha opinião, vai morrer muito mais gente se permitirmos que isto [o isolamento social] continue”, acredita, referindo-se ao aumento do desemprego e à ruína financeira de alguns negócios, que provocarão “milhares de suicídios” se o país continuar paralisado.
“A cura pode ser pior do que o problema”, opinou, recordando que todos os anos “se perdem milhares e milhares de pessoas por causa da gripe e o país não fecha por isso”.
Numa entrevista emitida mais tarde, e depois de ter sido criticado por avançar com uma data descabida do ponto de vista da contenção sanitária, Trump justificou por que apontou o 12 de abril: “O domingo de Páscoa é uma data muito importante para mim e, pensei, não seria genial ter todas as igrejas cheias?”.
As autoridades sanitárias indicam que o pico de contágio ainda tardará a chegar aos Estados Unidos e que é possível que coincida com a Páscoa.
Manter o isolamento social depende dos governadores de cada estado, o que, potencialmente, poderá instaurar o caos, se alguns decidirem seguir as recomendações de Trump. O Presidente recomendou o teletrabalho e o ensino à distância, e que se evitem bares e restaurantes e reuniões com mais de 10 pessoas, até 30 de março.
EUA podem ser novo epicentro
As declarações de Trump surgem no mesmo dia em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou que os Estados Unidos correm o risco de se tornarem o epicentro da pandemia da covid-19, devido ao rápido aumento do número de infetados naquele país, particularmente na cidade de Nova Iorque.
“Estamos a assistir a uma disseminação muito rápida de casos nos Estados Unidos”, disse hoje Margaret Harris, porta-voz da OMS, numa conferência de Imprensa, em Genebra, no mesmo dia em que as autoridades norte-americanas revelaram que Nova Iorque está a ver o número de casos confirmados duplicar a cada três dias.
O mais recente balanço sobre a situação nos Estados Unidos, divulgado na madrugada desta terça-feira pela OMS, mostra que o número de pessoas infetadas e de morte com a covid-19 duplicou nas últimas 24 horas, elevando o número total para 31.573 casos positivos e 402 vítimas mortais.
Também nesta terça-feira, o chefe da maioria republicana no Senado dos EUA anunciou um acordo com os democratas e a Casa Branca de dois biliões de dólares para relançar a primeira economia mundial, atingida pela pandemia de Covid-19.
O plano histórico de 1,85 biliões de euros terá ainda de ser aprovado pela Câmara dos Representantes, cuja maioria é democrata, antes de ser promulgado pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Após dias de intensas discussões, o Senado chegou a um acordo entre os dois partidos [democrata e republicano] sobre um plano histórico (…). Aprovaremos este texto ainda hoje”, afirmou o senador republicano Mitch McConnell.
ZAP // Lusa
E o Euromilhões, não quer?
Amen
Eu penso que o senhor Tramp está mais uma vez cheio de razão, recordo-me de ainda não há muitos dias assim que apareceram os primeiros casos da gripe nos USA parece que a primeira coisa que os americanos fizeram foi recorrer à compra de mais armas aumentando o largo arsenal que já possuem. Conclusão a que chego é que estarão preparados para abater o vírus a fogo e o senhor presidente melhor do que qualquer outra pessoa conhecerá a forma eficaz.