O Presidente dos Estados Unidos disse, esta terça-feira, que vai anunciar medidas “muito interessantes” até ao final da semana para responder ao controverso diploma da China que pretende contornar a autonomia de Hong Kong.
“Estamos a preparar algo”, respondeu Donald Trump, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, citado pela agência France-Presse, quando questionado sobre a possibilidade de sanções contra a China por causa da lei de segurança nacional que está a ser discutida para Hong Kong.
O Presidente norte-americano considerou que as medidas que Washington está a preparar são “muito interessantes”, mas deixou para o final da semana a concretização deste plano, que será divulgado de uma “maneira muito poderosa”.
A Casa Branca já tinha ameaçado retirar o estatuto comercial preferencial concedido por Washington a Hong Kong. O republicano também já avisou que a região administrativa especial corre o risco de perder o papel enquanto “capital financeira internacional” se Pequim “assumir o controlo” do território.
Para além do chefe de Estado, vários senadores querem aprovar rapidamente sanções contra responsáveis chineses na esperança de dissuadir Pequim.
Segundo o senador republicano Pat Toomey, um dos autores da proposta de lei norte-americana, apesar de a China não ser uma democracia, “os seus dirigentes são certamente sensíveis à pressão política“.
“Quando os interesses económicos e financeiros forem atingidos, penso que haverá uma pressão ainda maior para que o Governo não tome medidas desse género”, disse Toomey, numa conversa telefónica com a imprensa.
“A minha esperança é que as sanções aumentem as probabilidades de evitar o pior por parte de Pequim e o melhor para as pessoas de Hong Kong”, acrescentou.
Chris Van Hollen, senador democrata e também um dos autores da proposta conjunta, apelou ao Senado para dirigir uma mensagem “muito forte” às autoridades chinesas. “O tempo é mais importante que nunca, pelo que nos devemos entender rapidamente”.
O novo texto permitirá impor sanções financeiras a dirigentes chineses e à polícia de Hong Kong, bem como a todo e qualquer banco que continuar a realizar ou a permitir transações entre as duas partes.
A lei de segurança nacional sinaliza a determinação do governo central da China em assumir maior controlo sobre Hong Kong, após quase um ano de protestos, muitas vezes violentos, a favor da democracia.
A lei proíbe “qualquer ato de traição, separação, rebelião, subversão contra o governo Popular Central, roubo de segredos de Estado, a organização de atividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong”.
Esta terça-feira, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, garantiu que o projeto de lei, que deve ser aprovado esta quinta-feira, no encerramento da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional, não ameaça os direitos civis na região e, por isso, “não há necessidade” de a população se preocupar.
Apesar das declarações do Executivo, milhares de manifestantes voltaram às ruas para se opor à legislação, no domingo passado, envolvendo-se em confrontos com a polícia, que disparou gás lacrimogéneo e recorreu a um canhão de água para dispersar a multidão.
A polícia deteve pelo menos 180 pessoas e, horas mais tarde, elogiou as intenções da China, considerando que a legislação ajudará a combater as forças independentistas e a restaurar a ordem social.
Esta quarta-feira, dia que antecede o debate da polémica proposta de lei do hino, (que pretende criminalizar insultos ao hino chinês) pelo menos 15 pessoas foram detidas pela polícia, que já lançou gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes.
ZAP // Lusa
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