No jantar da cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático, Duterte cantou uma canção de amor ao presidente dos EUA, Donald Trump, que “mantém uma ótima relação” com o homólogo filipino – e que em nenhum momento da sua visita às Filipinas abordou a sangrenta “guerra contra as drogas” de Duterte.
O momento decorreu durante o jantar de gala da cimeira da ASEAN, a Associação de Nações do Sudeste Asiático, em Manila, na qual o presidente dos Estados Unidos da América marcou presença este domingo.
A artista pop filipina Pilita Corrales cantava a canção “Ikaw” – que significa “tu” em filipino – quando Duterte se juntou à canção “por ordens do comandante-chefe dos Estados Unidos”. “Tu és a luz no meu mundo, uma metade deste meu coração“, cantou.
Embora as Filipinas sejam uma antiga colónia dos Estados Unidos da América, as relações entre americanos e filipinos não têm sido as melhores. Em julho, Duterte afirmou que nunca iria visitar os Estados Unidos e tem procurado alianças com a China e com a Rússia.
No entanto, a relação entre Duterte e Trump é bem melhor do que a relação que Duterte tinha com o anterior presidente dos EUA, Barack Obama. Quando Trump ganhou as eleições, Duterte felicitou-o. Por sua vez, Trump congratulou Duterte pela sua campanha antidroga.
Desde que chegou ao poder em 2016, Duterte deu ordens às forças filipinas para matarem qualquer suspeito de tráfico e consumo de droga. À população civil, o líder filipino sugeriu que pegassem em armas para erradicar a toxicodependência no país.
A Polícia Nacional do país (PNF) reconhece que a guerra de Duterte contra o tráfico de droga já fez quase 4000 mortos. No entanto, estima-se que o número total de mortes seja superior a 9000 se somados os homicídios de supostos toxicodependentes e traficantes atribuídos a indivíduos ou patrulhas de moradores.
Esta segunda-feira, Trump afirmou que tem “uma ótima relação” com Duterte, mas recusou-se a esclarecer se discutiu com o líder filipino questões de direitos humanos relacionadas com a “guerra contra as drogas” de Duterte.
Ao contrário de outros líderes norte-americanos, Trump deixou de pressionar líderes estrangeiros em público sobre questões relativas aos direitos humanos. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que o tópico foi mencionado brevemente na reunião, sem detalhar se Trump foi crítico.
Já Harry Roque, porta-voz de Duterte, disse que os direitos humanos e execuções extrajudiciais não foram abordados na reunião.
Segundo o Expresso, desde domingo, milhares de pessoas estão a manifestar-se nas ruas de Manila contra Donald Trump, com slogans como “Trump volta para casa” e “Trump terrorista n.º1”.
A visita de Trump às Filipinas termina no dia 14 de novembro, concluindo assim a mais longa viagem desde que é presidente.
Olha que dois!
Claro que Trump não disse nada, afinal eles são quase iguais!!
Até lhe aperta a mão a medo e à distância… A este já não puxas com força… Não vá o gajo mandar-te uma chinada à meia volta.