O Presidente norte-americano criticou, esta segunda-feira, o seu próprio Departamento de Justiça por ter submetido à apreciação do Supremo Tribunal a “versão diluída e politicamente correta” do seu decreto presidencial anti-imigração que visa alguns países muçulmanos.
Num conjunto de mensagens publicadas hoje de manhã no Twitter, o chefe de Estado afirmou que o Departamento de Justiça norte-americano (o equivalente ao Ministério da Justiça) “deveria ter ficado” com a primeira versão da ordem executiva anti-imigração, que foi assinada em janeiro.
Esta versão estabelecia uma proibição de entrada nos Estados Unidos a imigrantes de sete países de maioria muçulmana (Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen). A proibição, com efeitos imediatos, era estabelecida para um período de três meses.
O decreto também previa a suspensão da chegada aos EUA de todos os refugiados por um período mínimo de 120 dias (para os refugiados sírios o prazo era indeterminado).
Em março, Trump assinou uma nova versão do decreto, retirando o Iraque da lista de países visados. Nesta nova versão, as pessoas com autorização de residência, que detém os conhecidos ‘green card’, e os titulares de vistos estavam explicitamente protegidos e podiam continuar a viajar para os Estados Unidos.
As duas ordens executivas acabaram por ser bloqueadas por tribunais federais.
Independentemente das críticas à sua própria administração, Trump afirmou hoje que o Departamento de Justiça deve solicitar uma audiência urgente ao Supremo Tribunal, a mais alta instância judicial nos EUA, “sobre a versão diluída” do decreto anti-imigração e “pedir uma versão muito mais restritiva”.
“Em qualquer dos casos, estamos a proceder a verificações extremas das pessoas que chegam aos Estados Unidos para manter a segurança do nosso país. Os tribunais são lentos e politizados“, escreveu ainda Trump.
Desde finais de maio, os Estados Unidos podem exigir aos requerentes de vistos, independentemente da sua nacionalidade, informações sobre a sua identidade e as suas contas nas redes sociais, medida que surge no âmbito do endurecimento da política migratória norte-americana.
Trump intensificou os apelos para a aplicação do seu decreto anti-imigração depois dos ataques terroristas ocorridos no último fim-de-semana em Londres.
// Lusa