Trump esclarece declarações em que pediu aos apoiantes para votar duas vezes

Yuri Gripas / EPA POOL

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

O Presidente norte-americano corrigiu, esta quinta-feira, as declarações nas quais sugeriu aos seus apoiantes que votassem duas vezes, suscitando reações de protesto.

Numa longa série de tweets, Donald Trump tentou retificar as suas declarações de quarta-feira, ao dizer que pretendia exortar os eleitores a verificar se o seu voto tinha sido registado.

“Para assegurar que o seu voto conta, assine e envie o seu boletim o mais depressa possível. No dia das eleições ou nas votações antecipadas, vá à sua assembleia eleitoral para ver se o seu voto foi ou não foi contado. Se foi contado não poderá votar, e então o sistema de voto por correio terá funcionado corretamente”, escreveu.

“Se não foi contado, vote (que é o direito de qualquer cidadão). Se o seu boletim chegar depois de já ter votado, o que não deveria acontecer, esse boletim não será usado ou contabilizado porque o seu voto já foi tabulado. Desta forma, terá a certeza de que o seu precioso voto foi contado, não foi ‘perdido, deitado fora ou destruído de alguma forma. Deus abençoe a América!”, concluiu o Presidente.

Dois destes três tweets de Trump fazem-se acompanhar de uma mensagem colocada pela rede social, na qual declara que “violam as regras do Twitter sobre integridade cívica e eleitoral”. No entanto, “o Twitter determinou que pode ser do interesse público que o tweet continue acessível”.

Na quarta-feira, o republicano encorajou os residentes da Carolina do Norte a testarem a segurança do sistema eleitoral do seu estado, tentando votar duas vezes nas Presidenciais de novembro, uma pelo correio e outra pessoalmente.

Em resposta, a diretora do Gabinete eleitoral da Carolina do Norte, Karen Brinson Bell, recordou que “é ilegal votar duas vezes durante uma eleição”.

Bernie Sanders, antigo candidato democrata às Presidenciais, também denunciou vigorosamente as declarações do chefe de Estado.

“Durante anos, Donald Trump mentiu sobre as ‘fraudes eleitorais’. Hoje, apela à população da Carolina do Norte a cometer um delito votando duas vezes”, insurgiu-se. “Este Presidente não acredita na democracia. É um autoritário que deve ser derrotado“.

Trump tem insistido, sem provas, que o voto por correspondência, que muitos estados estão a expandir devido à pandemia de covid-19, para evitar grandes multidões no dia das eleições, pode dar origem a fraude.

Biden reúne-se em privado com família de Jacob Blake

O candidato democrata à Casa Branca reuniu-se em privado, esta quinta-feira, com a família de Jacob Blake, o afro-americano que foi alvejado sete vezes nas costas por um polícia, informou a equipa de campanha.

A mulher do candidato também esteve presente no encontro com os pais, irmãos e membros da equipa jurídica de Blake no aeroporto de Milwaukee, onde o casal aterrou.

Esta quinta-feira, Joe Biden fez uma visita à cidade de Kenosha para se reunir com empresários, líderes cívicos e polícias, numa deslocação que, segundo a campanha do candidato, visa “unir e sarar” e abordar os desafios que o país enfrenta.

Trump também visitou a cidade no início desta semana, mas não se encontrou com a família de Blake, optando por agradecer aos membros da polícia por lidarem com a violência que se instaurou depois do incidente com este afro-americano, de 29 anos, que continua hospitalizado.

Durante este verão, os Estados Unidos foram palco de contínuas manifestações por todo o país, que por vezes degeneram em confrontos e que desencadearam a declaração do estado de emergência em várias cidades e a mobilização de efetivos da Guarda Nacional (militares de reserva).

Estas manifestações antirracismo e contra a violência policial foram desencadeadas pelo caso de George Floyd, um afro-americano que morreu asfixiado pelo joelho de um polícia branco em maio passado, na cidade norte-americana de Minneapolis.

Esta semana, também foram tornadas públicas imagens do homicídio de Daniel Prude, depois de ter sido algemado, encapuçado e subjugado por polícias, em Rochester, uma cidade a oeste de Nova Iorque, em março.

ZAP // Lusa

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