Vídeos de um homem negro que morreu de asfixia, depois de ter sido algemado, encapuçado e subjugado por polícias, foram divulgados na quarta-feira, com ativistas a exigirem que os agentes envolvidos sejam despedidos e acusados da morte.
O caso aconteceu no final de março, com a morte a ocorrer em 30 desse mês, mas o vídeo só foi conhecido na quarta-feira.
Daniel Prude, que corria nu pelas ruas de Rochester, uma cidade a oeste de Nova Iorque, morreu por asfixia, depois de um grupo de polícias lhe ter enfiado um capuz na cabeça e pressionado a sua cara contra o chão durante dois minutos, conforme as gravações divulgadas na quarta-feira pela sua família.
A morte ocorreu em 30 de março, depois de Prude ter sido desligado do suporte de vida, sete dias depois do incidente com a polícia de Rochester.
A sua morte não recebeu atenção pública até quarta-feira, quando a sua família realizou uma conferência de imprensa e divulgou os vídeos das câmaras dos uniformes dos polícias e relatórios escritos, que obtiveram através de um requerimento de acesso a registos públicos.
Os vídeos mostram Prude, que tinha retirado as suas roupas, a obedecer quando a polícia lhe ordenou para se sentar no chão e pôr as mãos atrás das costas. Depois, colocaram-lhe um capuz especial na cabeça, usado para evitar que os detidos cuspam e mordam.
Na altura, Nova Iorque estava nos primeiros dias da pandemia.
Prude pediu que lhe retirassem o capuz. Então, um agente atirou-lhe a cabeça para o chão e outro agente manteve-a forçada contra o chão, com as mãos, enquanto um terceiro lhe colocava um joelho nas costas. Prude deixou de se mexer e falar.
Nas imagens veem-se médicos a assisti-lo antes de ser colocado numa ambulância.
A morte de Prude foi considerada um homicídio causado por “complicações de asfixia em contexto de constrangimento físico”.
Prude era de Chicago e tinha acabado de chegar a Rochester para visitar a família.
A polícia tinha respondido a uma chamada do irmão de Daniel, Joe, para 911 (número de emergência nos Estados Unidos) para informar que o irmão tinha saído de casa e que estava com problemas mentais.
Várias pessoas concentraram-se na quarta-feira nas proximidades do Edifício de Segurança Pública de Rochester, que está a servir de comando policial, durante a conferência de imprensa.
De acordo com o jornal norte-americano The New York Times, os polícias envolvidos não foram suspensos de funções.
As circunstâncias da morte de Daniel Prude foram semelhantes à de George Floyd, um afro-americano morto às mãos da polícia de Mineápolis, cerca de dois meses depois, cuja história deu origem a massivos protestos anti-racistas e contra a violência policial, nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo.
O episódio mais recente de violência policial aconteceu em Kenosha, Wisconsin, onde Jacob Blake, um homem negro, foi atingido nas costas com sete tiros por um polícia em frente aos filhos, tendo ficado paraplégico.
ZAP // Lusa
É lamentável , muito triste mesmo , sem palavras, como é possível asfixiar assim uma pessoa?Lamentável, horrível!