Donald Trump respondeu às ameaças da China, negando a existência de uma guerra comercial entre os dois países. “Essa guerra foi perdida há muitos anos.”
Esta quarta-feira, o Presidente norte-americano Donald Trump disse, na sua conta do Twitter, que “não estamos numa guerra comercial com a China porque essa guerra foi perdida há muitos anos pelas pessoas tolas e incompetentes que representaram os EUA”.
“Agora temos um défice comercial de 500 mil milhões de dólares por ano, com roubo de propriedade intelectual de mais de 300 mil milhões de dólares”, escreveu, reiterando que “não podemos deixar isto continuar”.
Este tweet surgiu após a China ter anunciado a introdução de tarifas sobre importações de mais de 100 produtos americanos, na passada segunda-feira. Esta resposta da China veio no seguimento da decisão dos EUA colocarem maiores restrições aduaneiras ao aço e alumínio chinês, apontando ainda restrições ao investimento chinês em território norte-americano.
Além disso, Washington está também a preparar mais sobretaxas em produtos chineses que poderão ter impacto em importações no valor de entre 50 mil milhões e 60 mil milhões de dólares, escreve o Dinheiro Vivo.
Donald Trump atacou consistentemente a China devido ao défice comercial entre os dois países, que totalizaram 375,2 mil milhões de dólares no ano passado, e pediu ao Governo chinês que encontrasse uma forma de reduzir esta diferença em 100 mil milhões de dólares, avançou o Business Insider.
Segundo os economistas, a redução do défice comercial entre os dois países será difícil, e Trump pode mesmo arriscar uma guerra comercial entre os dois países. De acordo com Adam Slater, o principal economista da Oxford Economics, a disputa entre os EUA e a China ainda não é uma guerra comercial oficial, mas o perigo está presente.
No início de março, Donald Trump disse que as guerras comerciais são fáceis de ganhar. No entanto, o seu discurso mudou, e agora o Presidente defende que quando se está a perder 500 mil milhões de dólares, já não há nada a perder.
Este braço de ferro entre as duas maiores economias do mundo está a deixar os economistas e os mercados financeiros bastante apreensivos, com medo de uma escalada do ataques e contra-ataques que podem colocar em causa a recuperação da economia mundial.
Estes receios fazem-se sentir no comportamento das bolsas. Segundo o Dinheiro Vivo, só no último mês, a apreensão com o risco de uma guerra comercial tirou cerca de 4% às bolsas americanas, europeias e chinesa.
E depois da guerra comercial bem a guerra militar…