O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu esta segunda-feira, na Casa Branca, que ganharia a guerra com o Afeganistão, que dura desde 2001, em apenas “uma semana”.
“Poderia vencer essa guerra numa semana. Só não quero matar dez milhões de pessoas. Se eu quisesse vencer essa guerra, o Afeganistão desaparecia da face da Terra e estava acabado em, literalmente, dez dias. Eu não quero ir por esse caminho”, declarou o Presidente americano, junto de Imran Khan, o primeiro-ministro do Paquistão.
O encontro serviu para reforçar relações entre Estados Unidos e Paquistão, tal como escreve o jornal britânico The Guardian. No início de 2018, o Trump disse que os Estados Unidos iam deixar de ajudar financeiramente o país de Imran Khan.
“Demos ao Paquistão mais de 33 mil milhões de dólares em ajuda nos últimos 15 anos e eles só nos deram mentiras de volta, pensando nos nossos líderes como idiotas”, escreveu na altura o Presidente norte-americano no Twitter.
No entender do líder da Casa Branca, o Paquistão não estava a fazer o suficiente para travar o extremismo e, por isso, pôs fim a esta ajuda.
Agora, o financiamento pode estar prestes a voltar. No encontro desta segunda-feira, o líder dos Estados Unidos disse estar a considerar pagar ao Paquistão os 1.3 mil milhões de dólares (cerca de 1.1 mil milhões de euros) em ajuda que foram cancelados.
“O problema é que o Paquistão não estava a fazer nada por nós. Era uma situação subversiva. Para ser honesto, acho que temos agora uma relação melhor com o Paquistão do que quando estávamos a pagar esse dinheiro. Esse dinheiro pode agora voltar”, disse.
“O caminho para uma relação forte e duradoura entre o Paquistão e os Estados Unidos assenta num trabalho comum para encontrar uma solução pacífica para o conflito no Afeganistão”, pode ler-se num comunicado da Casa Branca, citado pelo mesmo jornal.
Atitude “responsável” de Xi Jinping
No mesmo encontro com o líder do Paquistão, Trump sublinhou que o líder da China, Xi Jinping, “atuou responsavelmente” nas grandes manifestações em Hong Kong contra uma proposta de lei de extradição que facilitaria o envio para Pequim de “fugitivos” refugiados.
“Julgo que o Presidente Xi da China atuou responsavelmente, muito responsavelmente. Estão a protestar há muito tempo”, disse o Presidente norte-americano.
“Sei que é uma situação muito importante para o Presidente Xi (…). Se quisesse, a China poderia parar os manifestantes”, acrescentou Trump, que adotou um tom cauteloso face aos protestos nas ruas de Hong Kong. No domingo, recorde-se, dezenas de milhares de pessoas regressaram às ruas para exigir reformas.
As manifestações, que se iniciaram há sete semanas, evoluíram da contestação à lei da extradição, que permitia o envio para a China de “fugitivos” ou suspeitos de crimes refugiados no território de Hong Kong, até reivindicações mais amplas sobre a melhoria dos mecanismos democráticos da cidade, cuja soberania foi recuperada pela China em 1997 com o compromisso de manter até 2047 as estruturas erguidas pela colonização britânica.
Os críticos consideram que a lei intimidará e penalizará os críticos e dissidentes do regime chinês, enquanto os seus defensores asseguram que procura preencher um vazio legal, por não existirem fórmulas legais de extradição entre Taiwan, Hong Kong e a China continental.
ZAP // Lusa