“Devia estar morto. O médico diz que é milagre”, conta Trump

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DAVID MAXWELL/EPA

Depois desta “experiência surreal”, o candidato reescreveu o discurso, para tentar unir um país muito dividido.

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que sobreviveu a uma tentativa de assassínio no sábado, considerou que foi “uma experiência muito surreal”, afirmando: “devia estar morto”.

Trump falava, no domingo, ao jornal New York Post, a bordo do seu avião, que se dirigia para o Milwaukee, no estado de Wisconsin, onde vai decorrer a Convenção Nacional Republicana, durante a qual deverá ser confirmado como candidato presidencial do partido.

Não devia estar aqui, devia estar morto“, disse o republicano, que usava uma ligadura branca sobre a orelha direita, de acordo com o jornal

Foi “uma experiência muito surreal“, afirmou sobre o ataque no sábado, ocorrido num comício de campanha na Pensilvânia.

“O médico do hospital disse que nunca tinha visto nada assim, chamou-lhe um milagre”, disse.

O magnata disse que, quando os agentes dos serviços secretos o retiraram do palco, quis continuar a falar com os apoiantes, mas foi-lhe dito que não era seguro e que tinha de ser levado para um hospital.

Trump aproveitou a oportunidade para agradecer aos agentes que o protegeram e que dispararam contra o atirador. “Atingiram-no entre os olhos. Fizeram um trabalho fantástico. É surrealista para todos nós”, acrescentou.

“Muitas pessoas dizem que é a fotografia mais icónica que alguma vez viram. Têm razão e eu não morri. Normalmente, é preciso morrer para se ter uma fotografia icónica“, comentou sobre a imagem em que aparece a levantar o punho e a dizer “Fight” (luta) várias vezes.

Mudou o discurso

Ao jornal Washington Examiner, o ex-presidente garantiu que reescreveu completamente o discurso para a convenção, de forma a abordar este momento e a defender a unidade do país. “Esta é uma oportunidade para unir todo o país, até mesmo o mundo inteiro. O discurso será muito diferente, muito diferente do que teria sido há dois dias”.

Trump afirmou que tinha “preparado um discurso extremamente duro” sobre a “horrível administração [do Presidente Joe] Biden”, mas abandonou esse por um discurso que esperava “unisse o país”.

“Mas não sei se isso é possível. As pessoas estão muito divididas“, considerou.

O ataque, em que Trump ficou ligeiramente ferido na orelha direita, causou a morte de um apoiante e dois feridos, que foram hospitalizados.

O atacante, identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi abatido segundos depois por um atirador dos Serviços Secretos.

Biden pede calma

O Presidente dos Estados Unidos pediu calma ao país e afirmou que a política não é um “campo de morte”, na sequência do atentado contra o adversário republicano Donald Trump.

“Quero falar-vos esta noite sobre a necessidade de baixar a temperatura da nossa vida política“, disse Joe Biden, num discurso a partir da Sala Oval da Casa Branca, no domingo.

“Todos nós enfrentamos um período de teste à medida que nos aproximamos das eleições [presidenciais, em novembro]. Quanto mais altos os riscos, mais quentes as paixões”, acrescentou o democrata.

“Por mais fortes que sejam as nossas convicções, nunca devemos permitir que elas resultem em violência. (…) É altura de nos acalmarmos“, afirmou.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. Os quatro azares do Trump:
    1. Levou um tiro;
    2. É um acérrimo defensor da liberalização das armas e foi vítima dessa liberalizacao;
    3. Não foi um democrata que deu o tiro, mas um republicano;
    4. O tiro não foi dado por um imigrante, mas por um norte-americano branco.
    A sorte do Trump:
    – O tiro não o matou.

  2. Se dúvidas havia sobre o resultado das eleições nos EUA, isto acaba com elas. Trump é o próximo presidente dos EUA!!

    Ainda bem para a Europa e NATO, que vão ter vida BEM difícil e aprender (espero eu) à custa disso.

    Está na hora de cortar o cordão umbilical que temos com os EUA (e que os EUA se têm esforçado por manter) e começar a caminhar sozinhos. Não temos que depender de ninguém.

    Focados, a caminhar na mesma direção e sob uma liderança forte, o conjunto dos países Europeus estão bem à altura de EUA, China ou Rússia.

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